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Ex-Odebrecht ao TSE: Edinho pediu caixa 2 para comprar partidos

Ex-executivo da empreiteira Odebrecht, Alexandrino Alencar disse em depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que Edinho Silva, tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff em 2014 e atual prefeito de Araraquara, pediu caixa 2 em 2014 para comprar partidos da coligação da chapa Dilma e Temer.

Ele falou ao TSE como testemunha nas ações que tramitam no tribunal pedindo a cassação da chapa Dilma-Temer por suposto abuso de poder político e econômico na eleição presidencial de 2014.

O ex-diretor da Odebrecht afirmou que o então tesoureiro da campanha de Dilma pediu dinheiro para cinco partidos  R$ 7 milhões para cada legenda. 

Alencar disse ter ficado responsável por PROS, PCdoB e PRB.  Em troca, os partidos dariam o tempo de TV para a chapa.

Durante o depoimento, Alexandrino foi instado a detalhar a reunião em que teria negociado a compra dos partidos a pedido de Edinho Silva.

Um dos advogados presentes quis saber o que ele lembrava da conversa.  

“Olha, como outra qualquer, onde o Edinho Silva chegou e disse: “Olha, nós estamos fazendo... estamos conversando com os partidos, e os partidos vão entrar na coligação por tempo de TV, e o compromisso é pagar 7 (sete) milhões para cada partido”.

O ex-diretor da Odebrecht disse que participou em junho de 2014 de uma reunião com Edinho Silva e Marcelo Odebrecht. Lá, o então tesoureiro disse que pediu o dinheiro para os cinco partidos.

"Eram inicialmente cinco partidos que houve essa demanda para a gente contribuir via caixa 2, e eu fiquei encarregado de três partidos. Então, três partidos foram feitos por mim, a saber: o PROS, o PCdoB e o PRB."

Segundo Alexandrino, Edinho pediu R$ 7 milhões para comprar o tempo de TV. “Disse isso pessoalmente”.

Ele disse que tratou do repasse diretamente com interlocutores dos partidos.

“Pelo PROS, o meu interlocutor foi o presidente do PROS, Eurípedes Junior; pelo PCdoB, foi o senhor chamado Fábio (...), que é de Goiás aqui; e pelo PRB, o atual Ministro Marcos Pereira, que era presidente do PRB.”

Pereira é ministro do Desenvolvimento e Indústria do governo Temer. 

Alexandrino contou que o dinheiro era entregue mediante senhas e condinomes, uma mistura de “percepções no momento”. O PRB, segundo ele, era "Onça". “O PCdoB, óbvio, “Vermelho”. E o PRB – não me pergunta por que – “Doutor”.


O que dizem os citados
Em nota, Edinho Silva disse ser “nítida” a tentativa de construção de uma tese que tem como objetivo a “criminalização da campanha Dilma 2014”.

“Todas as coligações que disputaram aquele pleito construíram coligações ideológicas. [...] Jamais pedi doações que não fossem legais. As dezenas de doadores da campanha Dilma 2014 sabem disso. Por que pediria doações para partidos que não fossem legais? Qual a diferença isso faria para a campanha Dilma? Uma afirmação sem nexo e sem lastro na realidade”, afirmou o prefeito de Araraquara.

“Tal acusação é mentirosa e não ficará ‘em pé’, como se desmoralizou a tese mentirosa, construída, em circunstâncias idênticas, por um executivo da Andrade Gutierrez”, concluiu.

Também em nota, o PCdoB informou que todos os recursos recebidos pela legenda respeitaram a lei vigente, assim como foi feita a prestação de contas de todo o dinheiro recebido.

"A acusação de que o PCdoB vendeu o seu tempo de TV para a campanha de Dilma Rousseff é completamente descabida. As relações do PCdoB com o PT são baseadas exclusivamente em afinidades programáticas o que é do conhecimento de qualquer um que acompanhe a vida política do país. Isso se demonstra, por exemplo, no fato do Partido Comunista do Brasil ter apoiado candidatos do Partido dos Trabalhadores à presidência em todos os pleitos desde a redemocratização. As alianças eleitorais de nosso partido são baseadas sempre em nosso programa e nos interesses do país e do povo", declarou o partido em nota.


Em nota, o PROS informou que todas as doações recebidas pela legenda em 2014 foram devidamente declaradas para a Justiça Eleitoral. "A direção nacional do partido desconhece as afirmações citadas e ratifica que suas movimentações financeiras estão dentro dos parâmetros estabelecidos pela justiça eleitoral", diz a nota.


Por meio de nota, o PRB afirmou que todas as doações de empresas ao partido foram feitas legalmente. "O PRB nega veementemente que tenha recebido qualquer dinheiro proveniente de caixa 2 da empresa Odebrecht. Em nenhuma circunstância qualquer membro do partido foi autorizado a receber recursos desta natureza. As doações empresariais, que sempre foram poucas por se tratar de um partido pequeno, ocorreram todas dentro da lei e estão contabilizadas na prestação de contas do partido, devidamente apresentada à Justiça Eleitoral", diz o texto da nota. PORTAL G1

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