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Carne Fraca: Delegado da PF diz que parte da propina ia para partidos políticos

Delegado da Polícia Federal Mauricio Moscardi Grillo (à direita) e Igor Romario de Paula, da operação Carne Fraca. Foto: Geraldo Bubniak/AGB / Agência O Globo - Parceiro / Agência O Globo

RIO - O delegado da Polícia Federal, Maurício Moscardi Grillo, um dos comandantes da Operação Carne Fraca, afirmou que, no âmbito das investigações da Operação Carne Fraca, deflagrada nesta sexta-feira pela corporação, constatou-se que partidos políticos estariam envolvidos no recebimento de propina no esquema ilegal estabelecido entre fiscais públicos e as empresas do setor alimentício.

Segundo a Polícia Federal, os agentes públicos usavam seu poder fiscalizatório para facilitar a produção de alimentos adulterados, emitindo certificado sanitários sem qualquer análise efetiva.

Grillo afirmou que os fiscais abusavam de sua autoridade para manipular "o tempo todo para facilitar a atividade dos frigoríficos". O delegado Maurício Moscardi Grillo afirmou que o dinheiro pago em propina aos fiscais federais do Ministério da Agricultura no Paraná teria irrigado o caixa de ao menos dois partidos políticos: PMDB e PP.

— Há indícios claros dentro da investigação de que parte do dinheiro da propina era revertido para partidos políticos, como o PP e o PMDB — afirmou o delegado a PF, Maurício Moscardi Grillo. — Não dá para caracterizar quanto, mas dá para perceber que algumas pessoas, as mais fortes na corrupção, recebiam um valor alto — declarou a autoridade, informando que o aumento de patrimônio dos investigados deixava claro o recebimento do dinheiro ilegal.

 

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O PMDB informa que desconhece o teor da investigação, mas não autoriza ninguém a falar em nome do partido.

A PF, no entanto, afirmou que não conseguiu mensurar o tamanho da propina distribuída, mas acredita que o volume era significativo, uma vez que apenas um dos investigados declarou ter R$ 400 mil em espécie em casa. Na busca e apreensão realizada nesta sexta-feira, um dos investigados tinha R$ 65 mil no bolso de um casaco. Outros fiscais tinham R$ 25 mil, R$ 30 mil.

As propinas eram recebidas de diveras formas, segundo o delegado. Ele afirma que a investigação conseguiur obter filmagens que mostra um lobista que costumava entregar a propina dentro de um isopor para uma fiscal da Superintendência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no Paraná. Através de retornos constatados em ligações telefônicas, ficava claro que continha dinheiro dentro do isopor.

 



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