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Ex-mulher de delator confirma ameaça de Funaro e diz que doleiro é 'psicopata'

Ex-mulher do ex-vice-presidente da Caixa Fábio Cleto, Adriana Balalai Cleto confirmou, em depoimento prestado por videoconferência à Justiça Federal, que o doleiro Lúcio Bolonha Funaro ameaçou atear fogo na residência do casal com os filhos deles dentro.

Adriana, que se separou recentemente de Cleto e vive atualmente nos Estados Unidos, afirmou no depoimento que se mudou para o país norte-americano porque se sente "vítima de um psicopata", referindo-se ao doleiro.

 

Funaro está preso desde julho do ano passado no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, acusado de envolvimento no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato.

 

Segundo os investigadores, o doleiro operava o esquema de propinas na Caixa Econômica Federal comandado pelo ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está preso em Curitiba.

Um dos delatores da Lava Jato, Fábio Cleto ocupou a cadeira de vice-presidente da Caixa por indicação de Eduardo Cunha para facilitar a liberação de recursos do Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS) para empresas que pagavam propina ao grupo liderado pelo ex-presidente da Câmara.

Em sua delação premiada, Cleto já havia relatado aos investigadores que, no momento em que tentou desembarcar do esquema, Funaro ameaçou atear fogo na casa do dirigente da Caixa.

A acusação de ameça de morte foi um dos pontos que embasaram o pedido de prisão de Funaro por parte da Procuradoria Geral da República (PGR).

Ao longo do depoimento de 52 minutos à Justiça Federal, Adriana Cleto deu detalhes às autoridades brasileiras do episódio no qual Funaro, supostamente, ameaçou colocar fogo na casa dela.

Na versão a ex-mulher de Cleto, um dia o marido chegou na residência deles em São Paulo "muito assustado". Ao questionar o que estava acontecendo, contou Adriana, Cleto mostrou uma mensagem de texto no celular na qual Funaro o ameçava e dizia que, caso não cumprisse o que havia prometido, ele colocaria fogo na casa deles com os filhos do casal dentro.

"Na hora que eu vi aquilo fiquei muito assustada. Peguei o celular do Fábio e escrevi para o Lúcio. Eu falei: 'Olha, aqui quem tá falando é a Adriana. Eu gostaria de te dizer que eu vou na polícia, vou agora na delegacia mostrar essa ameaça que você tá fazendo. Eu não tô entendendo, você tá fazendo uma ameaça de morte pra mim e para os meus filhos?", relatou.

Ainda de acordo com Adriana, ao responder a mensagem, Funaro disse que ela podia ir à delegacia, mas deveria contratar um bom advogado porque ele iria "acabar com a vida" deles.

'Psicopata'

Ao relatar o episódio no depoimento por teleconferência, Adriana Cleto disse que, diante das ameaças de Lúcio Funaro, ficou "com a nítida sensação de que estava falando com um psicopata".

"Eu me sinto vítima de um psicopata que entrou na nossa vida, que ,de uma certa forma, foi conquistando os nossos filhos e depois virou o que virou", destacou a ex-mulher de Cleto.

"O principal motivo de eu estar nos Estados Unidos com os meus três filhos é que eu tenho pavor, pavor do Lúcio Funaro. Pavor! Eu tenho pavor de ficar no Brasil e ele matar um dos meus filhos ou de ele me matar. Eu tenho pavor. E eu não duvido que ele faça isso", complementou.

Em outro trecho, Adriana afirmou aos investigadores que o doleiro pagou despesas pessoais dela e de Fábio Cleto por algum tempo, incluindo contas da casa e faturas de cartão de crédito. Ela ressaltou que a relação entre o ex-vice da Caixa e o doleito se desgastou no momento em que Funaro deixou de pagar as faturas do cartão de crédito dela.

"Para mim, neste momento, até um pouco antes, caiu a ficha de que o Fábio havia entrado para uma turma de mafiosos e estelionatários. O Fábio permitiu que esse Lúcio entrasse na nossa família em um dado momento. Ele [Funaro] foi muito conquistador. Ele conquistou meus filhos, gostavam dele", disse Adriana.

O que diz a defesa

Responsável pela defesa de Lúcio Funaro na área criminal, o advogado Bruno Espiñeira desqualificou, ao ser ouvido pelo G1, as acusações feitas por Adriana Cleto. O criminalista classificou de "fantasiosas e falaciosas" as declarações da ex-mulher do delator da Lava Jato.

"A depoente [Adriana] não é testemunha. Tecnicamente, ela é interessada no caso. O que ela diz não tem valia como prova processual", enfatizou o defensor de Funaro.

"Isso [o depoimento de Adriana] é uma pantomima vergonhosa. O Fábio [Cleto] mentiu na delação dele de ponta a ponta", acrescentou Espiñera. PORTAL G1

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