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O prédio das empresas-fantasmas

Na sala 303 de um prédio no centro de Saquarema, a 100 quilômetros do Rio de Janeiro, deveria funcionar a Multi Ideias, empresa de publicidade que recebeu R$ 479 mil da campanha do senador Marcelo Crivella (PRB) a prefeito do Rio. Mas, na porta, há um aviso para o visitante procurar informações no andar de baixo, na sala 201.

Na pequena sala 201 estão registradas mais de 2 mil empresas, dez delas alvo de investigação da Operação Lava Jato. Cinco das investigadas tiveram o sigilo bancário e fiscal quebrado, em 2015, por ordem do juiz Sergio Moro por considerá-las de fachada. Juntas, entre 2008 e 2013, receberam, pelo menos, R$ 8 milhões de empreiteiras investigadas por sua participação no esquema criminoso que sorveu bilhões de reais da Petrobras.

Sala 303 Crivella (Foto: Reprodução)

>> O fornecedor incômodo de Crivella

Trata-se de um clássico caso de empresas-fantasmas, usadas apenas como intermediárias para tráfego de dinheiro sujo. Essas empresas guardam algumas semelhanças com a Multi Ideias, fornecedora de Crivella. A sala que deveria ser sua sede está fechada. Seu dono, Bruno Cavalcanti, de 37 anos, é procurado pela Justiça por uma série de dívidas. Mesmo assim, os registros dizem que a Multi Ideias forneceu material de campanha a Crivella. Como produziu, não se sabe.

A sala original da Multi ideias, a 303, pertence à Saquarema Business Center, firma que tinha como sócio o ex-prefeito de Saquarema Antônio Peres. Ele acaba de reeleger a mulher prefeita da cidade pelo PTN – o partido é um dos dois que se coligaram a Crivella no Rio de Janeiro. Em um inquérito iniciado em julho, o Ministério Público considera Peres suspeito de criar empresas-fantasmas para se beneficiar da baixa alíquota do Imposto Sobre Serviços. 

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