Busque abaixo o que você precisa!

Trama golpista: a pergunta de Fux na acareação de Mauro Cid com Braga Netto

Por  O GLOBO— Brasília

 

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STFLuiz Fux questionou nesta terça-feira (24) o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, se ele se sentiu pressionado ao prestar os depoimentos que auxiliaram a Polícia Federal nas investigações da trama golpista. A pergunta de Fux foi feita durante a acareação de Cid com o general Walter Braga Netto no STF.

 

Na acareação, Cid e Braga Netto mantiveram suas versões conflitantes, segundo relatos obtidos pela equipe da coluna. Conforme informou o blog, o delator manteve a versão de que o general e ex-candidato a vice de Jair Bolsonaro lhe entregou R$ 100 mil em uma caixa de vinho no Palácio da Alvorada para financiar a ação golpista de kids pretos contra a posse de Lula após as eleições de 2022. Braga Netto nega.

 

Crítico da quantidade de depoimentos prestados por Cid ao longo da investigação, Fux indagou o delator sobre o assunto nesta manhã. Isso porque uma das exigências legais do acordo de colaboração premiada é a voluntariedade do delator, ou seja, a postura em ajudar a Justiça sem sofrer qualquer tipo de pressão ou coação.

 

A equipe da coluna apurou que Cid respondeu ao ministro do Supremo que nunca se sentiu pressionado e que sempre foi “voluntariamente” à Polícia Federal, acompanhado de seus advogados.

 

De acordo com o delator, não dava para resumir em um único depoimento todos os fatos de que tinha conhecimento. Conforme ata da acareação divulgada pelo STF, Cid afirmou que "foi chamado várias vezes à Polícia Federal sempre para esclarecer novos fatos".

 

Em março, durante o julgamento em que foi recebida a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro, Walter Braga Netto e outros seis integrantes do chamado "núcleo crucial" da trama golpista, Fux já havia feito críticas à delação de Cid, ao comentar a quantidade de depoimentos que o militar prestou ao longo da investigação.

 

"Nove delações representam nenhuma delação (...). Não tenho a menor dúvida de que houve omissão (de Cid). Tanto houve omissão que houve nove delações", afirmou Fux naquela ocasião.

 

O ministro Luiz Fux, durante sessão do STFO ministro Luiz Fux, durante sessão do STF — Foto: Rosinei Coutinho/STF/21-03-2024

 

 

Compartilhar Conteúdo

444