Presidente do TSE autoriza investigações de PMDB e PP
Raphael Ribeiro - 11.mai.2016/Folhapress | ||
Gilmar Mendes, presidente do TSE e ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) |
GABRIEL MASCARENHAS
DE BRASÍLIA / FOLHA DE SP
O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Gilmar Mandes, autorizou a abertura de duas investigações para apurar se o PMDB e o PP receberam recursos desviados do esquema de corrupção da Petrobras. Em despachos assinados nesta quarta (10), Mendes acolheu uma representação da corregedora-geral do tribunal, ministra Maria Thereza de Assis Moura. Na última terça (9), ela solicitou a apuração das suspeitas de de que as duas siglas foram abastecidas com propina.
No caso de condenação, os dois partidos correm o risco de ter seus registros cassados, a exemplo do que também pode ocorrer com o PT, alvo de outros procedimentos em tramitação no tribunal. O pedido da ministra baseia-se no compartilhamento de documentos da Operação Lava Jato com o TSE, autorizado pelo juiz Sergio Moro. Neles, há fortes elementos indicando que PP e PMDB foram beneficiados pelo petrolão, assim como o PT.
"Constato, nesta análise preliminar da documentação, indícios de práticas ilegais tanto por parte do Partido dos Trabalhadores - PT, quanto pelo Partido Progressista - PP e pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro-PMDB", argumenta.
A representação da ministra contém trechos de depoimentos em que o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa admitem que repassavam propina a quadros das duas legendas.
"Uma vez comprovadas tais condutas, estaríamos diante da prática de crimes visando a conquista do poder e/ou sua manutenção, nada muito diferente, portanto, dos períodos bárbaros em que crimes também eram praticados para se atingir o poder. A mera mudança da espécie criminosa não altera a barbaridade da situação", escreveu a ministra.
OUTRO LADO
O PMDB afirmou que "sempre estará à disposição para prestar quaisquer esclarecimento" e que "os recursos movimentados pelo partido sempre foram feitos dentro da lei e as contas sempre foram aprovadas".
O PP disse que "não compactua com ilegalidades" e que tem "todo interesse no esclarecimento dos fatos". FOLHA DE SP