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Nova fase da Lava-Jato investiga caixa dois para reeleição de Lula

SÃO PAULO e CURITIBA - A Operação "Resta Um", deflagrada nesta terça-feira pela força tarefa da Lava-Jato, apura como dinheiro desviado da Petrobras abasteceu a campanha de reeleição do ex-presidente Lula em 2006. O consórcio Quip, liderado pela Queiroz Galvão, teria repassado R$ 2,4 milhões ao caixa dois da campanha de acordo com delatores.

 

— A Queiroz tem uma peculiaridade: ela representa todos os pecados, todas as espécies de crimes que verificamos na Operação Lava Jato. Está envolvida em pagamentos de propina através de caixa um, doações eleitorais sob o manto de uma suposta legalidade. Nós temos caixa dois2, por exemplo, pagos pela Consórcio Quip para campanha de reeleição do ex-presidente Lula em 2006, também propina —afirmou o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima.

 

Os pagamentos a campanha petista foram revelados pelo ex-presidente da UTC e delator, Ricardo Pessoa. Em depoimento à Polícia Federal, o empreiteiro afirmou que as empreiteiras Queiroz Galvão, IESA e Camargo Corrêa tomaram conhecimento e aceitaram pagar o caixa dois.

 

Segundo o empreiteiro, o pedido de doação “não oficial” partiu do então tesoureiro da campanha petista José de Filippi Junior, ex-secretário de Saúde do município de São Paulo, para a empreiteira Queiroz Galvão, então líder do consórcio Quip. A solicitação, então, foi discutida em uma reunião com representantes das quatro empresas, incluindo Pessoa representando a UTC.

 

“O atendimento da solicitação (de dinheiro vivo para a campanha de Lula) foi aprovado pelo conselho da QUIP, em uma reunião entre o declarante (UTC), Ildefonso Colares (então presidente da Queiroz Galvão), Valdir Carreiro (executivo da Iesa) e Camerato (executivo da Camargo Corrêa)”, relatou o dono da UTC aos investigadores.

 

A Lava-Jato prendeu neste terça-feira o ex-poresidente da Queiroz Galvão Indelfanso Colares Filho e ex-diretor da construtora Othon Zanoide de Moraes Filho. As equipes cumprem 32 ordens judiciais, sendo 23 mandados de busca e apreensão, 2 de prisão preventiva, 1 de prisão temporária e 6 de condução coercitiva. Os mandados são cumpridos em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Goiás, Pernambuco e Minas Gerais. Ainda há um mandado de prisão temporária contra Marcos Pereira Reis. Ele está no exterior, segundo a PF. São investigados na ação contratos do Complexo Petroquímico do Rio (Comperj), da Refinaria Abreu Lima, da Refinaria Vale do Paraíba, da Refinaria Landulpho Alves e da Refinaria Duque de Caxias.

 

Em nota, o PT refutou as ilações apresentadas. “Todas as operações financeiras do partido foram realizadas estritamente dentro dos parâmetros legais e posteriormente declaradas à Justiça Eleitoral”, comunicou o PT. O GLOBO




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