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FH diz que delação de Cerveró ‘não tem qualquer fundamento’

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso - Edilson Dantas / Agência O Globo

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse nesta sexta-feira que o conteúdo da delação do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró à Lava-Jato "não tem qualquer fundamento". O delator afirmou que, por orientação do ex-presidente da estatal Philippe Reichstul, fechou negócio com uma empresa vinculada a Paulo Henrique Cardoso, filho de FH, entre 1999 e 2000.

 

O ex-presidente, que está em viagem ao exterior, publicou em uma rede social uma nota sobre o assunto. Nela, ele negou que o filho tenha ligações com a empresa citada por Cerveró, a PRS Participações. "Notícias veiculadas pela mídia a propósito de delação do senhor Nestor Cerveró sobre o governo FHC não têm qualquer fundamento. Paulo Henrique Cardoso nunca foi ligado à empresa PRS, nunca ouviu falar dela nem, portanto, teve qualquer relação comercial com a referida empresa, nem, muito menos, teve algo a ver com compras da Petrobras", diz o texto.

FH completou que " jamais interferiu ou orientou aquisições pela Petrobras durante os dois mandatos que exerceu como Presidente da República". Em 9 de dezembro do ano passado, Cerveró contou aos investigadores que conheceu Fernando Antônio Falcão Soares, o Fernando Baiano, que representava os interesses da empresa espanhola Unión Fenosa. O objetivo dele era fazer com que a Petrobras se associasse à empresa na obra da usina termelétrica do Rio de Janeiro (Termorio). Segundo o termo de colaboração de Cerveró, "Fernando Antônio Falcão Soares e os dirigentes Unión Fenosa acreditavam que o negócio estava acertado, faltando apenas a assinatura para a finalização". Porém, "o negócio já estava fechado com uma empresa vinculada ao filho do presidente da República Fernando Henrique Cardoso, de nome Paulo Henrique Cardoso".

De acordo com Cerveró, a empresa ligada ao filho de Fernando Henrique se chamava PRS Participações e "o negócio havia sido fechado pelo próprio declarante (Cerveró), por orientação do então presidente da Petrobras Philippe Reichstul". Ele narra ainda que Fernando Baiano e os dirigentes da empresa espanhola ficaram surpresos e bastante contrariados.

O ex-senador Delcídio Amaral tinha se encontrado com dirigentes da Unión Fenosa e, segundo Cerveró, também ficou contrariado com a situação. Isso porque ele era diretor de Gás e Energia da Petrobras na época, mas o negócio não passou por ele. Ele teria ameaçado votar contra a aprovação do negócio com a PRS na Diretoria Executiva da Petrobras. No final, o acordo passou, contando inclusive com o voto favorável de Delcídio. O GLOBO




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