Barroso arquiva pedidos de investigação sobre suposta interferência de Bolsonaro na Petrobras
Por Mariana Muniz — Brasília O GLOBO
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o arquivamento de dois pedidos de investigação contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) por suposta interferência na Petrobras e no Banco do Brasil.
A decisão ocorreu após manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR), que afirmou não haver indícios mínimos para a abertura de investigação no caso.
"A orientação jurisprudencial do STF é no sentido de que, tendo o titular da ação penal formado sua opinião e concluído pela inexistência de elementos que justifiquem a instauração de inquérito, não cabe ao Poder Judiciário fazê-lo", afirmou Barroso.
O pedido de abertura de investigação foi apresentado ao Supremo em junho, após a publicação pelo site "Metrópoles" de uma série de mensagens trocadas pelo ex-presidente da Petrobras Roberto Castello Branco em um grupo. Em um grupo privado de mensagens com economistas, Castello Branco disse que antigo seu celular corporativo tinha mensagens e áudios que provavam que Bolsonaro tinha interferido na Petrobras.
Em julho, a ministra Rosa Weber, que estava na presidência do Supremo, autorizou que a PGR tomasse depoimento de Castello Branco e do ex-presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes
O caso chegou ao STF por meio de um pedido apresentado pelo líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP). O senador pedia para que Bolsonaro fosse investigado por suposta interferência na Petrobras.
No pedido ao STF, Randolfe pede, além da abertura do inquérito contra Bolsonaro, por parte da Procuradoria-Geral da República (PGR), que Castello Branco preste depoimento sobre o caso e que o celular citado seja apreendido para ser periciado. O senador pedia também que as mensagens que eventualmente fossem encontradas fossem divulgadas.