Busque abaixo o que você precisa!

STF define o mesmo rito de Collor para impeachment de Dilma Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/brasil/stf-define-mesmo-rito-de-collor-para-impeachment-de-dilma

O ministro Ricardo Lewandowski (07-04-2016) - Ailton Freitas / Agência O Globo

BRASÍLIA – O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, decidiu que vai encaminhar ao Senado um roteiro de tramitação do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff nos mesmos moldes das regras usadas no processo que o ex-presidente Fernando Collor enfrentou em 1992. A única mudança é o momento do depoimento da presidente. As regras ainda não foram oficialmente encaminhadas ao Senado, mas Lewandowski deverá fazer isso até a próxima semana. Ao contrário do informado anteriormente pelo tribunal, o rito do processo ainda não foi entregue ao Senado.

A primeira etapa será o Senado decidir se abre ou não o processo. A instauração poderá ser aprovada por maioria simples do plenário. Se for aberto, o processo começará a ser instruído com o depoimento de testemunhas e a produção de provas. O interrogatório de Dilma será a última etapa. A presença dela não é obrigatória. No caso Collor, o interrogatório do presidente estava previsto para ser realizado logo depois da instauração do processo, antes dos outros depoimentos. Collor não quis comparecer.

 

Haverá essa diferença em relação a 1992 porque, desde então, houve mudança no Código de Processo Penal. Essa regra nova já estava prevista pelo STF em dezembro, quando foi julgada em plenário uma ação em que o PCdoB pedia a definição de um rito para o impeachment. Segundo informações do STF, o Senado deverá publicar no “Diário do Senado” o roteiro do processo contra a presidente Dilma.

Na segunda-feira, o presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, se encontrou com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) para falar sobre a tramitação do impeachment. Eles acertaram que os ministros do tribunal se encontrariam em sessão administrativa para definir o rito, com base em quatro parâmetros: as regras do impeachment definidas pelo tribunal em julgamento de dezembro; a Constituição Federal; a lei do impeachment e o Regimento Interno do Senado.

Lewandowski consultou os colegas e ficou decidido que a reunião não seria necessária, bastaria copiar a tramitação do processo de 1992 e enviar ao Senado, com a pequena mudança sobre a ordem da defesa de Dilma.

Conforme o rito, será formada uma Comissão Especial para emitir parecer recomendando a abertura ou não do processo. A decisão caberá ao plenário do Senado, em votação presidida por Renan. Se o processo for aberto, quem conduzirá o caso será Lewandowski, em sessões no Senado.

 

Nesta quarta-feira, o PMDB oficializou nesta tarde os cinco nomes do partido que irão compor a comissão especial. O senador Raimundo Lira (PB), como O GLOBO antecipou, foi indicado pela sigla para ser o presidente da comissão. Lira afirmou que pretende usar o prazo máximo de análise no colegiado nesta primeira fase, da admissibilidade, que é de dez dias úteis.

— Minha intenção é usar o prazo máximo, na medida que quando se usa o máximo está se dando prazo para a defesa — disse Lira, que complementou depois: — Não cederei alongamento do prazo por qualquer gambiarra regimental, nem vou aceitar encurtar porque prejudicaria a defesa.




Compartilhar Conteúdo

444