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PGR pede depoimento do governador do Pará sobre suspeitas de desvios nos gastos contra Covid

Aguirre Talento e Dimitrius Dantas ; O GLOBO

 

BRASÍLIA - A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu autorização ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para tomar depoimento do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), no inquérito sobre a suspeita de desvios na compra de respiradores para atendimento dos pacientes com Covid-19. O pai do governador, o senador Jader Barbalho (MDB-PA), é suplente da CPI da Covid e aliado do relator, Renan Calheiros (MDB-AL), uma das principais vozes críticas do governo federal.

O pedido foi feito pela subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo ao ministro do STJ Francisco Falcão, relator da investigação. "Requer autorização para a realização da oitiva do Governador do Estado do Pará, Helder Zahluth Barbalho, diretamente pelo Ministério Público Federal, na Procuradoria-Geral da República", escreveu.

"Relacionados com a aquisição fraudulenta de quatrocentas unidades de ventilador pulmonar pelo Governo do Estado do Pará, os supostos fatos ilícitos investigados são especialmente graves, uma vez que praticados em estado de calamidade pública, em período de crises sanitária, econômica e social ocasionadas pela pandemia da doença infecciosa causada pelo novo agente coronavírus (COVID-19), declarada como emergência de saúde pública de importância internacional", escreveu Lindôra.

Essa investigação tramita desde o ano passado. Em junho e em setembro, a Polícia Federal realizou busca e apreensão contra Helder e alvos ligados a ele. O inquérito já está na fase final. Desta vez, entretanto, o depoimento ocorrerá em meio aos embates da CPI da Covid. A ala governista busca direcionar as investigações contra os governadores, enquanto a oposição quer investigar as omissões e falhas do governo Bolsonaro.

Lindôra, responsável pela investigação, é uma das principais vozes bolsonaristas dentro da PGR. Helder Barbalho é aliado do senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI que tem sido uma das principais vozes contra a gestão do governo federal.

No mesmo documento, Lindôra também se manifestou contra o pedido da PF para indiciar Helder Barbalho pelos crimes de associação criminosa, peculato e crimes licitatórios. A PGR argumenta que a Polícia Federal não tem competência legal para realizar o indiciamento de autoridades com foro privilegiado.

A PGR também opinou a favor do pedido da PF para prorrogação do inquérito por mais 30 dias para a finalização dos relatórios de perícia e tomada dos depoimentos dos demais alvos da investigação, além de Helder.

Procurada, a assessoria de Helder ainda não se manifestou.

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