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Justiça Federal do Rio homologa delação premiada de Dario Messer, o 'doleiro dos doleiros'

João Paulo Saconi e Aguirre Talento / O GLOBO

 

RIO E BRASÍLIA — A Justiça Federal do Rio de Janeiro homologou nesta quarta-feira o acordo de delação premiada de Dario Messer, conhecido como o "doleiro dos doleiros", réu de processos no âmbito da Operação Lava-Jato. Os termos, negociados desde maio, incluem o cumprimento de pena de 18 anos e nove meses de prisão para Messer e a renúncia de 99% de seu patrimônio, estimado em R$ 1 bilhão.

É o primeiro acordo que a equipe fluminense da operação celebra com um alvo considerado chefe de uma organização criminosa — Messer comandaria os doleiros responsáveis por abastecer esquemas ilícitos no estado. A delação, bem como a descoberta do esquema, é de responsabilidade do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF). A homologação dos termos ocorreu diante da concordância dos juízes da 2ª e 7ª Varas Federais do Rio, cujos titulares são Alexandre Libonati e Marcelo Bretas. 

Ao divulgar a celebração da delação, o MPF informou que a força-tarefa da operação avalia que as informações prestadas por Messer permitirão a coleta de provas para investigações, sobretudo três delas, para as quais já prestou depoimentos como "figura-chave": as operações Câmbio-Desligo, Patrón e Marakata. As duas primeiras têm relação com esquemas de lavagem de dinheiro no Uruguai e no Paraguai — com movimentação estimada em US$ 1,6 bilhão no braço uruguaio — e a última se refere a transações cujo objetivo era lavar montantes por meio do contrabando de esmeraldas.

Prisão domiciliar

Detido em julho do ano passado, após ter passado 14 meses foragido, Messer está em prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica, e terá o tempo que passou preso descontado do cumprimento da pena. Do total de 18 anos e nove meses previstos pelo acordo, cumprirá mais dois em regime fechado domiciliar e o restante nos regimes semiaberto e aberto.

Os bens serão revertidos em favor dos cofres públicos: eles formam um conjunto de valores, imóveis, obras de arte e um patrimônio relativo às atividades que desenvolveu nos setores agropecuário e imobiliário no Paraguai, onde manteve negócios e um abrigo durante os meses que passou em fuga. Ele alternava a permanência no país vizinho com períodos em São Paulo, onde acabou sendo encontrado por agentes da PF.

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