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Lava-Jato manda prender ex-ministro Silas Rondeau e outros 11 por desvios na Eletronuclear

Chico Otavio e Daniel Biasetto / O GLOBO

 

RIO — O Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF) cumprem nesta quinta-feira 12 mandados de prisão temporária e 18 de busca e apreensão na operação Fiat Lux,  desdobramento das operações Radioatividade, Pripyat, Irmandade e Descontaminação, que apuram desvios de recursos em contratos da Eletronuclear. Entre os alvos de prisão está o ex-ministro das Minas e Energia Silas Rondeau, que foi presidente da Eletrobras entre 2004-2005. Além dele, a ação que acontece no Rio, São Paulo e Distrito Federal mira o ex-deputado federal Aníbal Ferreira Gomes (DEM-CE), empresários e ex-executivos da estatal investigados por lavagem de dinheiro. Rondeau foi ministro no segundo mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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Embora tenha ocupado o cargo de ministro das Minas e Energia entre 2005 e 2007, Silas Rondeau entrou na lista de presos preventivos depois que a força-tarefa encontrou, em investigações recentes, quase US$ 1 milhão em conta de uma offshore do ex-ministro no Delta National Bank and Trust Company, nos Estados Unidos. Roundeau, que mantinha a conta  oculta das autoridades, tentou repatriar dinheiro, considerado pelos investigadores fruto da corrupção da Eletronuclear. O afastamento do sigilo telemático comprovou que ele mantinha essa conta pelo menos desde 2016.

A Lava- Jato pediu também o sequestro dos bens dos envolvidos e de suas empresas pelos danos materiais e morais causados no valor de R$ 208 milhões. Os mandados foram expedidos pelo juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio, e estão sendo cumpridos nos estados do Rio de Janeiro (capital, Niterói e Petrópolis), São Paulo e no DF.

Polícia Federal cumpre mandados no Rio de Janeiro na operação Fiat Lux Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
Polícia Federal cumpre mandados no Rio de Janeiro na operação Fiat Lux Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo

De acordo com os investigadores, a exigência de propina teve início logo após  o Almirante Othon Pinheiro chegar à presidência da estatal como "contrapartida à celebração de novos contratos e ao pagamento de valores em aberto de contratos que se encontravam em vigor." A filha de Othon também é um dos alvos da operação de hoje.

Os pagamentos indevidos foram feitos por meio de transferências bancárias "por dentro", diferentemente de outros pagamentos por especie nas investigações da Lava-Jato, que dificultam o rastreamento dos recursos. No caso da Fiat Lux, os colaboradores entregaram vasta prova documental com as transferências internacionais de valores para Othon Pinheiro e outros diretores da Eletronuclear.

Central da Eletronuclear em Angra Foto: Divulgação
Central da Eletronuclear em Angra Foto: Divulgação

O MPF sustenta ainda que parte do esquema operou com empresas sediadas no Canadá, França e Dinamarca, por isso o MPF solicitou a cooperação internacional e irá compartilhar o material da investigação com o Ministério Público destes países.

O nome da operação “Fiat lux” faz alusão à expressão latina que pode ser traduzida por "faça-se luz" ou "que haja luz".

Agentes da PF cumprem mandados em edifício na Zona Sul do Rio Foto: Fabiano Rocha / Fabiano Rocha
Agentes da PF cumprem mandados em edifício na Zona Sul do Rio Foto: Fabiano Rocha / Fabiano Rocha

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