Busque abaixo o que você precisa!

PF busca ex-governador e mais 16 por desvio de R$ 134 mi da saúde da Paraíba

Pepita Ortega e Fausto Macedo / O ESTADODE SP

17 de dezembro de 2019 | 07h02

O ex-governador da Paraíba, Ricardo Vieira Coutinho, em 2014, no Palácio do Planalto. Foto: José Cruz/Agência Brasil

Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça, 17, a sétima fase da Operação Calvário, a ‘Juízo Final’, para desarticular uma organização criminosa que desviou R$ 134,2 milhões dos recursos da saúde na Paraíba. Um dos alvos da ação é o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB/2011-2018), que teve prisão preventiva decretada. A PF pediu a inclusão do nome do político na difusão vermelha da Interpol pelo fato de ele estar fora do País.

Além de Coutinho, a deputada estadual Estela Bezerra e a prefeita de Conde Márcia de Figueiredo Lucena Lira, ambas do PSB, também são alvos de prisão preventiva no âmbito da Operação Calvário. A medida foi decretada ainda em face de ex-secretários durante o governo de Coutinho: Waldson Sousa,  Cláudia Verás e Gilberto Carneiro da Gama – que também foi procurador-geral do Estado.

Ao todo, a ação cumpre 54 mandados de busca e apreensão e 17 ordens de prisão preventiva nos Estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Goiânia e Paraná.

Cerca de 350 Policiais Federais participam das ações, além de procuradores e auditores da Controladoria-Geral da União.

Do valor total desviado pelo grupo investigado, mais de R$ 120 milhões teriam sido destinados a políticos e às campanhas eleitorais de 2010, 2014 e 2018, diz a PF. A quadrilha teria ainda fraudado licitações e concursos públicos, além de ter superfaturado equipamentos, serviços e medicamentos.

Segundo a PF, a quadrilha organizou uma rede de prestadores de serviços e fornecedores que fechavam contratos superfaturados com os Hospitais de trauma de Mamanguape e do Hospital Metropolitano (foto), em Santa Rita. Foto: Google Maps

 

Segundo a Polícia Federal, foi organizada uma rede de prestadores de serviços terceirizados e de fornecedores que fechavam contratos com sobre-preço na gestão dos Hospitais de Trauma de Mamanguape e do Metropolitano, em Santa Rita.

Para se blindar de fiscalização do Tribunal de Contas do Estado, a quadrilha teria pagado propinas e utilizado contratos de ‘advocacia preventiva’ ou de ‘advocacia por êxito’ para ocultar a movimentação dos valores, diz a corporação.

A investigação apontou ainda que houve uso eleitoral dos serviços de saúde, com direcionamento de atendimentos e fraude no concurso de pré-seleção de pessoal do Hospital Metropolitano no ano de 2018.

Segundo a PF, os investigados podem responder pelos crimes de organização criminosa, fraude em licitação e corrupção passiva e ativa.

Desencadeada inicialmente em dezembro de 2018, a Operação Calvário investiga uma quadrilha que teria praticado os crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos em contratos firmados com unidades de saúde e educação do Estado que, somados, ultrapassam R$ 1 bilhão.

COM A PALAVRA, O EX-GOVERNADOR RICARDO COUTINHO

A reportagem busca contato com a defesa do ex-governador. O espaço está aberto para manifestações.

COM A PALAVRA, OS OUTROS INVESTIGADOS

A reportagem busca contato com os outros investigados na Operação Calvário – Juízo Final. O espaço está aberto para manifestações.

Compartilhar Conteúdo

444