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STJ manda soltar Temer e coronel Lima

Rafael Moraes Moura/BRASÍLIA / O ESTADO DE SP

14 de maio de 2019 | 12h04

 

Michel Temer. Foto: Nilton Fukuda/ESTADÃO

 

BRASÍLIA – Por unanimidade, os ministros da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça mandaram soltar o ex-presidente Michel Temer e seu amigo, o coronel João Baptista Lima Filho.  O emedebista está detido preventivamente no âmbito da Operação Descontaminação, desdobramento da Lava Jato que atribui ao emedebista o papel de líder de organização criminosa que teria desviado, em 30 anos de atuação, pelo menos R$ 1,8 bilhão.

Primeiros dois votos, do relator Antonio Saldanha e da ministra Laurita Vaz, são a favor de Temer. Com o voto da ministra, o emedebista tem votos suficientes para ser colocado em liberdade. Rogério Schietti também acompanhou o relator, formando 3 a 0. Ao todo, votam quatro ministros. Nefi Cordeiro deu o último voto pela soltura do emedebista e seu amigo.

Na última segunda-feira (13), o emedebista foi transferido da superintendência regional da Polícia Federal em São Paulo, na Lapa, para uma sala do Estado-Maior Comando de Policiamento de Choque da PM de São Paulo, no bairro da Luz.

O colegiado que julgou Temer é composto pelos ministros Nefi Cordeiro (presidente da Sexta Turma), Antonio Saldanha (relator do caso), Rogério Schietti, Laurita Vaz e Sebastião Reis Júnior – este se declarou impedido de julgar o pedido de liberdade do emedebista. Como só votarão quatro ministros, se houver empate, prevalece o resultado a favor do réu, ou seja, Temer deverá sair da prisão.

A Sexta Turma é considerada mais “garantista” e menos “linha dura” que a Quinta Turma do STJ, que manteve a condenação de Lula no caso do “tríplex do Guarujá”, mas reduziu sua pena de 12 anos e um mês de prisão para 8 anos, 10 meses e 20 dias de reclusão.

Para a cobertura do julgamento de Temer, o STJ montou uma estrutura especial similar à conferida na análise de um recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso e condenado no âmbito da Operação Lava Jato, que conseguiu no mês passado reduzir o tamanho da pena no caso do “tríplex do Guarujá”. A sessão foi transmitida ao vivo – um procedimento incomum na Corte – no canal do STJ no YouTube e serão distribuídas até 40 senhas para jornalistas acompanharem a sessão.

PROPINAS. A investigação que levou à prisão de Temer e Coronel Lima, seu amigo, apura propinas em obras na usina nuclear de Angra 3, operada pela Eletronuclear.

A acusação formal teve como base depoimento do engenheiro José Antunes Sobrinho, dono da Engevix, que fez delação, e investigações sobre as obras de Angra 3. Temer é acusado de chefiar uma organização criminosa que teria negociado o R$ 1,8 bilhão em propinas relacionadas à usina. A denúncia cita os crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato.

A expectativa dentro do STJ é a de que Temer consiga aval do STJ para sair da prisão.

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