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Mulher de João Santana confessa à PF conta não declarada

Mônica Moura, mulher do marqueteiro João Santana, que está presa em Curitiba, alvo da Lava Jato

Mônica Moura, mulher do marqueteiro João Santana, que está presa em Curitiba, alvo da Lava Jato

A mulher do marqueteiro João Santana, Mônica Moura, confessou à Polícia Federal, em depoimento de mais de quatro horas, nesta quarta-feira, 24, em Curitiba, o uso da conta não declarada em nome da offshore Shellbill Finance SA, mas negou o recebimento de recursos ilícitos por ela e desvinculou os valores de recebimentos por campanhas eleitorais no Brasil.

“A Mônica, que foi a única a ser ouvida hoje, conseguiu demonstrar cada movimentação dessa conta, cada movimentação dos recursos no exterior”, afirmou o criminalista Fábio Tofic Simantob, defensor do casal de marqueteiros do PT presos pela Operação Acarajé – 23.ª fase da Lava Jato.

João Santana e Monica Moura são suspeitos pelo recebimento de pelo menos US$ 7,5 milhões, entre 2012 e 2014, de dinheiro fruto do esquema de corrupção na Petrobrás. Os valores foram parar na conta da Shellbill, oculta no banco Heritage, na Suíça.

“Está claro que a Mônica e o João estão presos por manutenção de conta não declarada no exterior. Um crime pelo qual não existe uma pessoa presa nesse País. Não vou dizer que é um crime leve, mas é um crime que não enseja a prisão de qualquer cidadão”, afirmou Tofic, ao deixar o prédio da Superintendência da PF, em Curitiba.

Legal. egundo o defensor, Mônica explicou que o casal recebeu “recursos lícitos pelo trabalho honesto que fizeram ao longo de anos”. “Não são lavadores de dinheiro, não são corruptos e nunca tiveram contrato com o poder público, gostem ou não dos clientes deles”, disse o criminalista.

A mulher de Santana afirmou aos delegados da Lava Jato que os recursos não envolvem dinheiro de campanha no Brasil. “Os recursos são lícitos e não envolvem dinheiro de campanha brasileira”, completou Tofic.

Para a Lava Jato, há elementos para apontar que os recursos movimentados e não declarados por Santana e pela mulher podem ter relação com o esquema de propina, controlado pelo PT, PMDB e PP, na Petrobrás e que a fortuna de mais de R$ 70 milhões do casal está diretamente relacionada aos serviços prestados ao partido e às suas campanhas.

“O depoimento dela é claríssimo, detalha tintim por tintim e não deixa dúvida. De modo que agora, a menos que a ideia da polícia e do Ministério Público seja usar o depoimento para comprovar uma teoria preconcebida, o que se espera é que essa prisão seja revogada.”

Tofic disse que vai apresentar um pedido para que seja revogada a prisão do casal. “Não existe nenhum elemento que sustente hoje a teoria que foi criada pela polícia e pelo Ministério Público de que esses recursos seriam provenientes de corrupção, de que eles saberiam que é proveniente de corrupção ou de campanhas brasileiras.”

Tofic reclamou que o “depoimento foi riquíssimo e ficou reduzido a três páginas”. “O depoimento foi extremamente detalhado. Foi um depoimento rico em detalhes, nos prometeram que era um depoimento que estava sendo gravado, o que nos encheu de conforto, porque o depoimento gravado consegue demonstrar a riqueza de detalhes que foi dada. Ao final do depoimento essa notícia de que estava sendo gravado não foi confirmada, o que nos encheu de surpresa.”

O depoimento de João Santana ficou marcado para as 9h30 desta quinta-feira, 25. O ESTADO DE SP

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