A Praça dos Mártires, também conhecida como Passeio Público, é a mais antiga de Fortaleza, construída em 1890. É também patrimônio tombado pelo Município, pelo Estado e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). No entanto, o cuidado com o equipamento, localizado no Centro, não condiz com sua importância histórica e cultural. Azulejos estampados logo da entrada estão quebrados. Alguns postes não podem mais emitir luz, já que as lâmpadas estão queimadas ou foram roubadas, sem reposição.

Na período de férias, o movimento na praça é considerável. Famílias levam crianças para passear e tem até piquenique. O operador de caixa Inaldo Silva, 29, apresenta o filho aos peixes na água turva de uma fonte desligada. “Sempre quando a gente tem um tempo a gente vem, o espaço é bacana”, diz. Mas tem ressalvas: “O chão está esburacado um pouco. Precisa melhorar a questão da estrutura”.

Após alguns minutos depois da chegada do O POVO à praça, as fontes foram ligadas. A água, no entanto, não fluía das biqueiras como deveria; as fontes estão danificadas. As estátuas têm rachaduras; em algumas, de cima a baixo. Uma delas tem uma das mãos faltando, mas não como uma Vênus de Milo. A tinta descasca.

A questão da segurança também incomoda. Principalmente durante à noite, devido à iluminação prejudicada. Um visitante que não quis se identificar relatou que assaltos na área são frequentes. Ele também ressaltou a necessidade de poda das árvores, já que a queda de galhos poderia machucar pessoas.

Vindos de Tamboril (a 301 km de Fortaleza), e visitando a praça pela primeira vez, a auxiliar de farmácia Sandra Freitas, 42, e o comerciante Flávio Castro, 42, consideram o ambiente bonito. Mas reconhecem que, sendo patrimônio tombado, deveria ser melhor cuidado. “Um pouquinho mais de zelo seria bem melhor”, considera Flávio.

Segundo a Secretaria Regional do Centro, a última reforma no local ocorreu em 2013. A Regional informou que existe uma licitação para projeto paisagístico e de reforma do Passeio Público, que está no momento sendo aprovada pelo Iphan.

Devido ao equipamento ser tombado, qualquer alteração estrutural a ser feita deve ser primeiramente aprovada pela entidade. Ainda não existe previsão de quando os reparos serão feitos.

A Secretaria de Cultura de Fortaleza (Secultfor) afirma que uma visita técnica de rotina foi realizada no dia 20 de junho para avaliar a condição das estátuas. Um relatório da situação dos bens está sendo elaborado para ser enviado aos órgãos responsáveis até o fim de julho.

“Após a análise do relatório, serão definidas diretrizes para a realização da obra de restauro das estátuas, desde a elaboração do projeto, a abertura da licitação para contração da empresa que realizará a obra, até a execução do restauro. O processo será acompanhado e aprovado pela Coordenação de Patrimônio Histórico-Cultural da Secultfor”, informou, em nota.