Temer fará viagem de dez dias para a Ásia e Cármen Lúcia deve assumir de novo a Presidência
Carla Araújo, Tânia Monteiro, Igor Gadelha e Julia Lindner, O Estado de S.Paulo
17 Abril 2018 | 19h02
BRASÍLIA - Depois de adiar um giro pelo sudeste asiático em janeiro por conta de problemas de saúde, o presidente Michel Temer voltou a programar a viagem para a região e deve se ausentar por quase dez dias em maio, o que obrigará a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, a assumir novamente a presidência da República.
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Os presidente das Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Eunicio Oliveira, que são os primeiros respectivamente na linha de sucessão não podem assumir o cargo por conta de uma vedação da lei eleitoral.
Temer deve embarcar do Brasil no dia 5 de maio e passar por quatro países da região. Nos dias 7 a 9, o presidente visitará Cingapura. Na sequência, vai a Bangkok (Tailândia), onde deve chegar dia 9 e partir dia 10. Depois, entre os dias 10 e 12, visitará Jacarta (Indonésia). E por fim, passará outros dois dias em Hanói (Vietnã).
O objetivo da viagem do presidente - além de encontros políticos, já que deve ser recebido por todos os chefes de Estado - é promover uma série de agendas empresariais. Os compromissos oficiais e a comitiva de Temer ainda estão sendo fechados, mas possivelmente além de ministros o presidente deve ir acompanhado de alguns empresários brasileiros.
O Itamaraty negociou a nova data depois de o presidente ter sido vetado por recomendações médicas. No fim do ano passado, Temer foi submetido a um procedimento cirúrgico por conta de problemas urológicos e as longas horas de deslocamento atrapalhariam a recuperação do presidente.
Irritação
As viagens de Temer têm irritado os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE). A irritação se deve ao fato de que terão de se ausentar do Brasil durante a campanha eleitoral, quando o democrata quer disputar o Planalto e o emedebista, reeleição.
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Até outubro, Temer tem pelo menos outras duas viagens previstas. Em julho, o presidente deve ir para África do Sul para participar da reunião dos Brics. Em setembro, em plena campanha, o emedebista pretende participar da Assembleia-Geral da ONU em Nova York.
Maia ainda não bateu martelo para onde irá quando Temer estiver no Sudeste Asiático. Ele avalia ir para a Europa. O presidente da Câmara costuma abrir mão dos US$ 550, o equivalente a R$ 1.870, de diária a que tem direito. Mas costuma levar outros deputados, que podem receber US$ 428 (R$ 1.455) por dia.
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Na viagem de Temer ao Peru na semana passada, Maia embarcou na quinta-feira, 12, para o Panamá, onde participou de reunião da Junta Diretiva do Parlamento Latino-Americano e do Caribe. A agenda se estendeu até a manhã do domingo, 15, e incluiu visitas ao Canal do Panamá e almoço com parlamentar panamenhos.
O presidente da Câmara viajou acompanhado de quatro deputados: Benito Gama (PTB-BA), Elmar Nascimento (DEM-BA), Heráclito Fortes (DEM-PI) e Hiran Gonçalves (PP-RR). A assessoria da Casa informou que Maia abriu mão da diária. Os outros parlamentares, porém, receberam a diária.
Já o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), também não decidiu para onde irá durante a próxima viagem de Temer. Aliados dizem que ele considera acompanhar o presidente da República durante a viagem para a Ásia, mas eles ainda devem conversar pessoalmente sobre o assunto.
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Por causa da recente viagem de Temer ao Peru, Eunício embarcou na última sexta-feira, 14, em missão oficial para o Japão e só retornará na próxima sexta, 20. Ele foi acompanhado da mulher e bancará com recursos próprios os gastos do casal. A expectativa é que ele faça o mesmo numa próxima viagem.
Eunício também foi acompanhado dos senadores Jorge Viana (PT-AC) e Antonio Anastasia (PSDB-MG) e de outros dois servidores que fazem parte da comitiva. Com isso, o Senado informa que os custos com as passagens e seguros viagem dos demais integrantes somaram um total de R$ 80.861,24. Os valores totais pagos em diárias correspondem ao montante de R$ 44.584,50.