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Temer sanciona lei que torna crime hediondo posse ilegal de arma de uso restrito

Carla Araújo e Felipe Frazão, O Estado de S.Paulo

26 Outubro 2017 | 21h27

BRASÍLIA - Conforme antecipou durante cerimônia nesta quinta-feira, 26, no Palácio do Planalto, o presidente Michel Temer sancionou nesta tarde uma lei que inclui o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito no rol dos crimes hediondos. O ato altera a lei de a Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990, e estará publicado no Diário Oficial da União desta sexta-feira, 27. 

+++ Câmara aprova projeto que torna crime hediondo posse ilegal de fuzis

Temer sanciona lei que torna crime hediondo posse ilegal de arma de uso restrito
Fuzil de calibre 556 apreendido pela Polícia Civil na zona norte de São Paulo Foto: Polícia Civil

Os condenados por crime hediondo cumprem pena em regime inicialmente fechado, sem direito a fiança, anistia ou indulto e com progressão de regime mais lenta.

De acordo de com texto assinado por Temer, o novo parágrafo considera "também hediondo o crime de genocídio previsto nos artigo 1º, 2º e 3º da Lei no 2.889, de 1º de outubro de 1956, e o de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, previsto no artigo 16 da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003, todos tentados ou consumados". 

Temer fez o anúncio ao lado do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), de deputados fluminenses e do prefeito Marcelo Crivella (PRB). O partido de Crivella comanda o Ministério da Indústria e Comércio Exterior (ministro Marcos Pereira) e entregou mais votos a favor de Temer para barrar a segunda denúncia criminal contra o presidente nesta quarta-feira, 25.

Crivella é o autor do um projeto de lei que tornava crime hediondo o emprego, posse ou o porte ilegal de fuzis e outras armas de fogo de uso restrito das Forças Armadas e demais órgãos de segurança pública, bem como o tráfico e o comércio irregular de metralhadoras e submetralhadoras.

"O Rio não suporta mais rajada de metralhadora no meio do dia", disse Crivella. 

O prefeito pediu ao presidente de sancionasse a norma, e Temer respondeu que havia sancionado o texto com satisfação. "Estamos há muito tempo direcionando a atividade federal para as questões nacionais de segurança", afirmou o peemedebista. "Não há como tratar bandidos com rosas na mão", em referência à morte do coronel da Polícia Militar Luiz Gustavo de Lima Teixeira, comandante do 3º BPM (Méier

 

Agentes de trânsito

Por orientação do Ministério da Justiça, o presidente vetou integralmente o projeto de lei que autorizava o uso de armas de fogo por agentes de trânsito. Na justificativa enviada ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), o presidente disse que decidiu vetar integralmente, por contrariedade ao interesse público, e alegando que os agentes de trânsito não exercem atividade de segurança pública. 

"A proposta de alteração do Estatuto do Desarmamento vai de encontro aos objetivos e sistemática do próprio Estatuto, de buscar restringir o porte de arma de fogo aos integrantes das forças de segurança pública, nos termos do disposto no artigo 144 da Constituição", justificou. "Os agentes aos quais o projeto pretende autorizar aquele porte não exercem atividade de segurança pública e, no caso de risco específico, há possibilidade de se requisitar a força policial para auxílio em seu trabalho."

O Projeto de Lei número 152, de 2015 (número 3.624/08 na Câmara dos Deputados), alterava o artigo 6º da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003, que dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas (Sinarm), e definia crimes e dava outras providências para conceder porte de arma aos integrantes dos quadros de pessoal de fiscalização dos departamentos de trânsito.

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