Caixa amplia financiamento à construção
O Estado de S.Paulo
02 Julho 2017 | 03h13
Num período de fortes incertezas como o que o País atravessa, torna-se mais relevante a decisão da Caixa Econômica Federal de financiar loteamentos urbanizados e liberar empréstimos para Estados e municípios que ainda têm capacidade de endividamento. Iniciativas como essa estimulam os esforços para preservar e, se possível, acelerar o ritmo de atividade da economia, afastando, assim, a estagnação. A Caixa também decidiu pôr em prática um esquema pelo qual empréstimos para bons clientes podem ser concedidos a taxas de juros condizentes com o perfil de risco de cada um.
No caso de loteamentos urbanizados, para os quais se prevê a criação de uma linha de crédito de R$ 1,5 bilhão, com recursos próprios da Caixa e não provenientes de depósitos no FGTS, trata-se de uma reivindicação das empresas de construção que trabalham no programa Minha Casa, Minha Vida. Os loteamentos urbanizados visam a eliminar distorções comuns nos conjuntos de casas populares, que, além de localizados em áreas periféricas, frequentemente não contam com infraestrutura básica, como abastecimento de água, ligação à rede de esgoto e iluminação adequada.
A concessão desse tipo de crédito contribui para aumentar o número de investidores no programa, o que tende a reduzir o preço dos terrenos, que responde por 50%, em média, do custo de venda, como afirma José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria de Construção Civil. Além disso, os empréstimos nessas condições podem acelerar a obtenção de licenças para obras projetadas e gerar novos postos de trabalho.
Devem atuar na mesma direção os financiamentos a Estados e municípios para obras de infraestrutura e reforço de caixa. São conhecidas as carências do País na área de saneamento básico, expressas, por exemplo, no fato de a rede de esgotos não atender nem 60% da população urbana. Daí a importância de, em muitos casos, condicionar o apoio creditício a loteamentos urbanizados ao compromisso de mais investimentos pelos Estados e municípios em infraestrutura, como alguns deles já se comprometem em seus pedidos apresentados à Caixa.
Quanto à concessão de empréstimos a taxas de juros personalizadas para clientes com bom cadastro, a Caixa estaria apenas se adaptando a padrões já utilizados pela rede bancária em geral.