'Quem reclama é quem ganha mais', diz Temer sobre reforma da Previdência
O Pesidente da República, Michel Temer, declarou nesta terça-feira (7), ao defender a reforma da Previdência, que quem reclama das mudanças propostas pelo governo na área são as pessoas que ganham mais. Temer disse ainda que é preciso a população se conscientizar sobre a necessidade da reforma e afirmou que a responsabilidade social no país depende da responsabilidade fiscal e do reequilíbrio das contas públicas.
Temer deu a declaração durante uma reunião no Palácio do Planalto com Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, grupo que engloba representantes do governo, do empresariado e de diferentes setores da sociedade civil.
"Cerca de 65% dos trabalhadores brasileiros terão a aposentadoria integral porque ganham o salário mínimo. Lamento dizê-lo, mas o mínimo na Previdência é o salário mínimo. Então, quem eventualmente possa insurgir-se é um grupo de 27%, 37% (...) Quem reclama é na verdade quem ganha muito mais, muito acima desses tetos. Quem tem aposentadoria precoce, quem tem antes da Previdência geral", afirmou o presidente na abertura do encontro.
"Estamos igualando a Previdência pública com a geral, será uma só. É uma equalização do sistema previdenciário. Estamos preocupados com o futuro dos que irão receber a pensão", completou Temer.
Ele citou o aumento na expectativa de vida da população e as mudanças demográficas para justificar a reforma. Temer afirmou ainda que é uma "inverdade absoluta" que as mudanças nas regras vão retirar direitos dos trabalhadores.
Além de defender a reforma da Previdência, Temer argumentou a favor de outras propostas elaboradas pelo governo classificadas por ele como "fundamentais" para o país. Ele citou a proposta de Emenda à Constituição que instituiu o teto para gastos da União, a reforma do Ensino Médio, que já foi aprovada, e a reforma trabalhista, ainda em fase de conclusão.
Além de Temer, também participaram , participaram o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e o secretário-executivo da Casa Civil, Daneil Sigelmann.
No início do encontro, foi exibido um vídeo em homenagem ao Dia da Mulher, comemorado nesta quarta (8), com depoimentos de mulheres que integram o Conselhão. Elas falaram sobre a participação delas na sociedade e no mercado de trabalho, mas lembraram que avanços ainda precisam ser feitos.
No evento, o grupo de empresários entregou a Temer uma série de sugestões sobre cinco áreas: educação, desburocratização, ambiente de negócios, agronegócio e produtividade.
Ajuda aos estados
O presidente também abordou no discurso a crise financeira pela qual passam alguns estados. Ele citou especificamente exemplos de casos considerados mais graves, como Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Temer disse que a União vai ajudar os estados em dificuldade, desde que as assembleias legislativas locais aprovem contrapartidas que deverão ser adotadas pelos governos estaduais.
O projeto que trata das regras e contrapartidas para o socorro da União aos estados ainda precisa ser aprovado pelo Congresso. Segundo Temer, não é o governo que perde, mas sim os estados, quando o projeto não é aprovado.
“De vez em quando dizem assim: 'ah, não conseguiu aprovar, o governo perdeu’. O governo não perde não, quem vai perder são os estados federados. Nós estamos interessados na higidez da federação brasileira, então precisamos disso no Congresso como uma vitória dos estados, com apoio e empenho da União”, afirmou. PORTAL G1