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Para Planalto, Justiça é compensação ao PMDB

Nas últimas duas semanas, a faxina da Lava Jato se concentrou no PMDB. Na semana passada, a Operação Leviatã enfiou o dedo na chaga das propinas arrancadas pelo PMDB da usina de Belo Monte. Nesta quinta, a Operação Blackout foi ao encalço de operadores financeiros de senadores do PMDB, acusados de morder propinas na Petrobras. Pois foi esse o momento que Michel Temer, do PMDB, escolheu para entregar o Ministério da Justiça ao deputado Osmar Serraglio, também do PMDB. A escolha é um desafio à paciência dos brasileiros.

Osmar Serraglio foi relator da CPI dos Correios, aquela que desaguou no mensalão do PT. Cumpriu bem o seu papel. Mais recentemente, andou flertando com a infantaria parlamentar que tentou salvar o mandato de Eduardo Cunha. Ele diz que não tem nada a ver com Cunha e que considera a Lava Jato “intocável”. O problema é que o deputado chega à pasta da Justiça com o apoio da turma do PMDB. É como se carregasse na testa a marca do zorro. O Ministério da Justiça, como se sabe, abriga a Polícia Federal.

Um dos operadores políticos de Temer informa que o presidente entregou a pasta ao PMDB como uma “compensação”. O partido reivindicava a liderança do governo na Câmara. Mas Temer já havia combinado que entregaria esse cargo ao deputado Aguinaldo Ribeiro (PP), que é investigado na Lava Jato. Havia “alternativas piores” do que Osmar Serraglio, disse o auxiliar de Temer. Por esse raciocínio, nada de mau acontece ao país que não seja esplêndido diante do que poderia ocorrer se Temer não tivesse optado pelo mal menor. JOSIAS DE SOUZA

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