Reforma da Previdência – Proposta foi desenhada por servidores públicos, diz secretário
O secretário nacional da Previdência, Marcelo Caetano, disse que a proposta de reforma das aposentadorias foi desenhada por servidores públicos. Caetano fez a afirmação em resposta a críticas do deputado Ivan Valente (PSOL-SP), que contestou a metodologia e os cálculos do governo. “É puro sangue, essa reforma aqui. Não há ninguém de fora que meteu o bedelho”, disse.
Para Valente, por integrar a seguridade social, a Previdência Social não pode ser considerada deficitária. O sistema da seguridade social é formado pela saúde, Previdência e programas sociais – como o Bolsa Família – e tem fontes de financiamentos próprias. Marcelo Caetano respondeu que a Previdência onera a seguridade e consome recursos que poderiam ir para a saúde e assistência social.
O secretário disse ainda que o modelo da reforma segue os princípios fundamentais da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do Banco Mundial. De acordo com ele, a reforma da Previdência é uma medida “de Estado e não de governo”. “O intuito é manter o regime previdenciário. Não adianta eu prometer algo que eu sei que vai ter dificuldade de se sustentar”, disse.
Risco
Caetano disse que, sem a reforma, há o risco de ter a nível nacional as dificuldades financeiras observadas em unidades da Federação como o Rio de Janeiro. “A gente corre o risco de chegar à situação como acontece nos estados, onde se posterga e se parcela o pagamento de benefícios”. Ele disse ainda que a reforma, como formatada, não elimina, mas apenas estabiliza o déficit.
“O déficit vai até permanecer em um patamar razoavelmente estável. O que a reforma é capaz de fazer é impedir que venha a crescer em um nível muito grande. Para acabar com o déficit, deveria ter medidas em nível bem maior”, disse o secretário.
Marcelo Caetano respondeu a perguntas de parlamentares na Comissão Especial de Reforma da Previdência, que debate na Câmara dos Deputados a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/2016, que trata da reforma.