Dilma almoça com Renan no Alvorada no dia crucial do rito do impeachment
Em meio às incertezas de como o Supremo Tribunal Federal (STF) iria definir o rito de impeachment, a presidente Dilma Rousseff convidou nesta quinta-feira (17) o presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros (PMDB-AL), para um almoço no Palácio da Alvorada. Uma cortesia para o peemedebista que saiu em defesa do Palácio do Planalto no momento em que até o vice Michel Temer abandonou a chefe do Executivo à própria sorte. Nos últimos dias, Renan passou a fazer uma defesa firme do governo em dois pontos importantes: a definição das regras do processo de impeachment, ressaltando o poder do Senado para barrar uma decisão da Câmara dos Deputados – e o enfrentamento com Temer – que fez opção clara pela oposição ao Planalto. A decisão do Supremo de considerar inconstitucional a chapa alternativa da comissão especial do impeachment e de dar a palavra final do eventual afastamento da presidente da República ao Senado, a Casa comandada por Renan Calheiros ganhou protagonismo ainda maior.
Com isso, em uma sessão com maioria simples, de apenas 22 votos, o Senado poderá anular uma eventual decisão da Câmara favorável à destituição de Dilma do Planalto.
Simultaneamente às movimentações de Renan em prol dos interesses do governo, o deputado Leonardo Picciani (RJ) retomou nesta quinta-feira a liderança do PMDB na Câmara. Ele havia sido destituído do cargo por conta de seu alinhamento com o Planalto.
Agora, caberá ao deputado fluminense – mais novo desafeto de Eduardo Cunha – indicar os nomes dos representantes do maior partido da Câmara na comissão especial.
No governo, a avaliação é de que, nesta quarta (16), Renan saiu vitorioso da disputa polarizada com Temer. Os dois passaram o dia trocando farpas. Renan, por exemplo, atribuiu a Temer a crise no governo. O vice rebateu com uma ironia ao senador alagoano, dizendo que que o PMDB não tem coronéis.
Na manhã desta quinta, contudo, Renan exibiu um sorriso largo no Senado ao celebrar o retorno de Picciani ao comando da bancada peemedebista da Câmara.
"A vitória do Picciani mostra quem tentou ser coronel no PMDB não conseguiu", alfinetou. CRISTIANA LOBO / PORTAL G1