Acerto de ‘pedaladas’ já custou R$ 15 bilhões
Pressionado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), o ministério da Fazenda "despedalou" despesas atrasadas com o pagamento de dívida junto ao FGTS e subsídios de créditos ao BNDES e agrícolas, ou seja, colocou parte do pagamento em dia. De janeiro a julho, o aumento dessas despesas foi de R$ 15,16 bilhões, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira, 27, pelo Tesouro Nacional. Os dados mostram que o acerto de contas com as chamadas "pedaladas" - atrasos nos gastos promovidos pela equipe econômica anterior da presidente Dilma Rousseff - foi decisivo para o rombo nas contas do governo, que até julho apresentam déficit de R$ 9,05 bilhões. Se não fosse a necessidade de consertar a regularidade dos pagamentos dessas despesas atrasadas, o resultado estaria bem melhor. A maior parte do acerto de pagamentos ocorreu com as despesas de subsídios de operações oficiais de crédito, que aumentaram R$ 12,097 bilhões nos sete primeiros meses do ano, o equivalente a 389,4%. Esses gastos saltaram de R$ 3,084 bilhões de janeiro a julho de 2014 para R$ 15,097 bilhões no mesmo período deste ano.
Em igual período, os gastos com subsídios para a equalização de taxa de juros do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) subiram de R$ 109,1 milhões para R$ 7,475 bilhões. Já os subsídios agrícolas pagos subiram no mesmo período de R$ 2,162 bilhões para R$ 6,241 bilhões.
O pagamento de dívidas do FGTS que também foram atrasadas subiu de R$ 329,1 milhões de janeiro a julho de 2014 para R$ 3,485 bilhões no mesmo período deste ano. Somente em julho, as despesas pagas com subsídios alcançaram R$ 7,2 bilhões - justamente o tamanho do déficit primário das contas do governo central no mês.
As contas do Governo Central apresentaram um rombo de R$ 7,223 bilhões em julho. Foi o pior déficit para o mês da série histórica, que tem início em 1997. As contas do Governo Central reúnem o resultado do Tesouro Nacional, INSS e Banco Central.