A Praça que era do povo, hoje é da sujeira, da insegurança e do medo
Em artigo enviado ao Blog, o jornalista Haroldo Barbosa lamenta a atual situação da Praça José de Alencar, no Centro. Confira: Lamentável. Esta é a palavra que define o abandono da Praça José de Alencar e seu em torno, bem como de forma mais ampla, o do Centro da Cidade.
Ainda na gestão Luizianne Lins (PT), os boxes do Beco da Poeira, que ficavam na rua 24 de Maio, ao lado da Praça, foram demolidos para a construção da estação do Metrofor. Após a construção, grande parte do terreno permanece ociosa.
Recentemente os tapumes que cercavam o local foram retirados e hoje o mesmo funciona como estacionamento clandestino. Flanelinhas cobram em torno de R$ 5,00 pelo uso do espaço, tomado pelo forte cheiro de fezes e urina.
É comum ver pessoas fazendo necessidades fisiológicas no local em plena luz do dia. Na Praça, que está suja, com pedras soltas e poças de lama, não se vê PMs ou guardas municipais. Uma cabine da polícia que ficava ao lado, na rua 24 de Maio, foi retirada do local ano passado. O abandono é total.
Na gestão passada, mais uma vez o prefeito Roberto Cláudio (PDT) alardeou a requalificação do Centro. Em 2015, o hoje secretário de Cultura e na época líder do prefeito na Câmara, Evaldo Lima, chegou a citar a cifra de R$ 1,1 bilhão para esta requalificação. Até hoje só se vê o abandono e com um custo bastante alto.
Na quarta-feira passada, o radialista Djacir Oliveira foi vítima de um assalto em um restaurante a poucas quadras da Praça José de Alencar. Foi baleado e faleceu no dia seguinte. Mais uma vítima da violência que campeia na cidade. Os bairros e comunidades da periferia estão “pacificados” pelas facções do crime. No Centro e em bairros de classe média, que não estão sob o domínio das facções, impera de forma menos branda a lei do cão, facilitada pelo abandono do poder público.
O geógrafo David Harvey afirmou que no capitalismo, as cidades são projetadas e crescem em função do lucro e não o bem estar das pessoas. Fortaleza é uma prova cabal disto.
A Praça que era do povo, hoje é da sujeira, da insegurança e do medo. COM BLOG DO ELIOMAR