Após greve de policiais civis do Estado, em que profissionais passaram 18 dias acampados em frente ao Palácio da Abolição, e depois de uma série de mobilizações por parte da Polícia Militar, o governador Camilo Santana (PT) divulgou, na noite de ontem, que irá enviar, nos próximos dias, mensagem de lei para a Assembleia Legislativa propondo a implantação da média salarial dos estados do Nordeste para os servidores da área de segurança pública do Ceará.

O anúncio foi feito na página de Camilo no Facebook. “Tomo essa medida mesmo diante da crise financeira que tem atingido duramente o País e todos os estados. Com isso busco valorizar e estimular ainda mais nossas corporações no combate à criminalidade no Ceará”, escreveu Camilo. A proposta é uma das principais reivindicações de profissionais da segurança e foi promessa de campanha do governador.

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Procurados pelo O POVO, agentes de segurança se disseram surpresos com o anúncio e afirmaram que a proposta não contempla

a categoria. 

“Este é um cálculo defasado e desatualizado. A tabela que nos foi apresentada ainda levava em consideração valores do ano de 2015”, afirmou o presidente da Associação de Profissionais da Segurança (APS), sargento Reginauro Sousa. Ele reclama que há meses não há nenhum tipo de negociação direta e que os salários já estão defasados devido ao atraso no pagamento do reajuste inflacionário. “Esse cálculo frustra as expectativas da categoria e não atende aos anseios de um PM”, afirma.

A opinião é corroborada pela vice-presidente do Sindicato dos Policias Civis do Ceará (Sinpol), Ana Paula Cavalcante, que também aponta falha nos cálculos que diminuiriam o valor da média estabelecida.

O sargento Eliziano Queiroz, presidente da Associação de Cabos e Soldados Militares do Ceará informou que enviará ofício ao Governo solicitando reunião com a categoria antes que a proposta seja enviada para a Assembleia Legislativa. OPOVO