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‘Ritmo de Brasília’: quando a esquerda desistiu da eficiência no serviço público?

Por Redação / O ESTADÃO DE SP

 

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, gerou ruído ao falar, numa entrevista recente a um podcast, sobre a estabilidade do servidor público. Ele falou sobre regras claras de desempenho, padrão de qualidade e padrão de eficiência e sugeriu que servidores que não cumprem esses atributos deveriam ter a estabilidade questionada (leia conteúdo integral no vídeo acima).

 

O discurso de Haddad provocou uma enxurrada de comentários, memes e até um certo sentimento de traição, destaca o colunista do EstadãoPedro Fernando Nery, no programa Chama o Nery. Num dos memes, Haddad foi comparado ao ex-ministro da Economia Paulo Guedes, que durante o governo Bolsonaro usou a expressão de “colocar a granada no bolso do servidor”.

 

Apesar disso, Haddad se limitou a enfatizar que “é preciso produzir” no setor público, sinalizando preocupação com a entrega de serviços de qualidade à população.

 

O episódio expõe um dilema político para o governo: de um lado, a base de apoio entre servidores públicos, que teme perdas de direitos ou abertura para a precarização; de outro, a demanda da sociedade por serviços públicos mais eficientes, especialmente em áreas como saúde e educação. Essa tensão ganha relevância diante da proposta de reforma administrativa em discussão no Congresso, relatada pelo deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), que também aborda critérios de avaliação de desempenho no funcionalismo.

 

Vale lembrar que a Constituição já prevê a possibilidade de demissão de servidores por insuficiência de desempenho, mas a lei que regulamentaria esse mecanismo está parada há quase 30 anos. A fala de Haddad, ainda que não tenha sido uma proposta formal, trouxe o tema de volta ao debate público.

 

A questão agora é saber se, em algum momento, será possível associar eficiência no serviço público a uma visão progressista — ou se o conceito seguirá visto como uma pauta de viés neoliberal.

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