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Esforço para diminuir filas no SUS

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Uma portaria do Ministério da Saúde, publicada na segunda (9), declarou situação de urgência em saúde pública em razão das longas filas de espera no SUS. A ação, à primeira vista extremada, é condição para que seja executada a medida provisória 1.301, de 30 de maio, que cria o programa Agora Tem Especialistas.

Isso porque a MP altera a lei que regulou o SUS em 1990, ao permitir que a União contrate serviços em estados e municípios só em situações de urgência devido a grande tempo de espera na rede. Tal exceção é necessária, já que o sistema se baseia na autonomia das unidades federativas.

Tamanho esforço de reordenamento legal já indica a importância do Agora Tem Especialistas para Luiz Inácio Lula da Silva. O programa de redução de filas é a grande aposta do petista para criar de fato uma marca no setor.

Na verdade, reformulação do programa, dado que o anterior, instituído em abril de 2024 por Nísia Trindade, não agradou ao presidente porque estaria demorando para apresentar resultados —o que contribuiu para a queda da ministra em fevereiro.

Agora, o Ministério da Saúde também pode contratar clínicas e hospitais privados tanto diretamente quanto por meio de abatimentos de dívidas com a União ou de descontos dos valores dos serviços prestados em futuras cobranças de impostos.

Parcerias público-privadas em saúde não são novidade e contribuem, assim como em outros setores, para eficiência em gestão. Nesse sentido, é sensata a declaração do ministro da Saúde, Alexandre Padilhaem entrevista para a Folha: "Quem está esperando o atendimento especializado não quer saber se ele vai ser atendido num hospital estatal ou privado. Ele quer ser atendido".

Como a maioria dos especialistas atua no setor privado, parcerias são capazes, em tese, de ampliar o acesso da população de baixa renda a esses profissionais.

O programa também prevê ações para alcançar regiões distantes dos grandes centros, como realização de mutirões com uso de carretas, a abertura de edital para 500 vagas no Mais Médicos Especialistas e oferta de 3.000 bolsas de residência médica.

No caso dos mutirões, é preciso cuidado extra, dados os problemas vistos em ações recentes do tipo no país para realizar cirurgias de catarata.

Resta acompanhar a execução do programa, e o compromisso assumido na MP, de que o governo divulgará relatórios de avaliações e promoverá transparência ativa dos dados, é fundamental para o escrutínio da sociedade.

 

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