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"Lula nem veio na minha campanha", reclama Camilo Santana

No primeiro ato ao lado de Roberto Cláudio após convenções, o governador Camilo Santana (PT) comentou com ressentimento o encontro com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na última segunda-feira, 1º, por ocasião da convenção de lançamento da candidatura de Luizianne Lins (PT). Camilo disse que faltou “bom senso” na decisão de lançar Luizianne e que era “bom lembrar” que Lula, “inclusive, nem veio” para sua campanha para o governo do Estado, em 2014.

 

Segundo Camilo, a reunião aconteceu por desejo do próprio Lula, que “pediu pra ter uma conversa” com o governador. “Tenho o maior respeito pelo ex-presidente. Mas ele, inclusive, nem veio na minha campanha pra governador. É bom lembrar disso”, disse, em referência à vinda de Lula a Fortaleza para apoiar a campanha de Luizianne Lins.

 

Num tom de ressentimento incomum em seus discursos, Camilo Santana lembrou que, na época de sua campanha, foi “o único candidato do PT que não teve nem uma gravação do ex-presidente Lula” e que, pelo fraqueza no apoio, “parte do PT também não votou na candidatura do Camilo”.

 

Junto do prefeito Roberto Cláudio (PDT) na visita à obra do IJF2 nesta sexta-feira , 5, o petista contou que que outro assunto na conversa com o ex-presidente Lula foi a reafirmação de que, ao contrário de seu partido, Camilo está ao lado do prefeito na campanha pela reeleição.

 

“Mais uma vez, digo que acho que o mais sensato para Fortaleza era unir os partidos - até porque o PDT tem sido um grande aliado, a nível federal e estadual. Mas, infelizmente, o bom senso não prevaleceu”, lamentou.

 

Reações petistas

Elmano de Freitas, presidente do diretório municipal do PT, acredita que “o governador deveria se colocar no lugar de Lula”. Na avaliação do vice de Luizianne, na época da campanha de Camilo “havia dois candidatos que eram da base do ex-presidente” - Eunício Oliveira (PMDB) sendo o segundo.

“Nem eu, em 2012, quando disputei eleições pela Prefeitura de Fortaleza, tive participação da presidente Dilma. E eu entendo que foi por decisão política, especialmente pelo cargo que ela ocupava, já que os Gomes também eram da base”, rebateu o deputado estadual.

 

Apesar da insatisfação crescente e cada vez mais pública do governador com decisões do partido, o presidente estadual do PT, Francisco de Assis Diniz, rechaça qualquer suspeita de “racha”.

 

“Não podemos tornar filigranas em confusão de contexto nacional. O Camilo recepcionou o presidente Lula e, lá, eles colocaram tudo na mesa. Inclusive isso. É preciso ter lealdade, e o governador expôs para Lula e Rui Falcão (presidente nacional do partido) o seu incômodo”, argumentou De Assis.

 

Ele entende o apoio de Camilo a RC e afirma que o governador está “envolvido até o pescoço” na eleição de petistas do Estado e não quer sair do partido.

Saiba mais

 

Mesmo apoiando a reeleição do prefeito Roberto Cláudio com a permissão do PT, Camilo Santana não compareceu a convenção do aliado, na quinta-feira, 5,“por uma questão jurídica”. O governador afirmou não querer “prejudicar a candidatura de RC” porque seu partido tem outro candidato. “Eu, publicamente, quero refirmar aqui meu apoio ao prefeito Roberto Cláudio, por considerar que é o melhor para Fortaleza. É preciso dar oportunidade para que ele continue esse trabalho, agora unido ao Moroni Torgan (DEM), que tem uma larga experiência e que vai, inclusive, nos ajudar na parceria do Estado, na questão da segurança pública”, disse Camilo.

As críticas de Camilo

 

à decisão do PT de não apoiar a candidatura de Roberto Cláudio tem início em 24 de junho, quando o governador disse ao O POVO que a aliança era “mais que natural” e que a pré-candidatura de Luizianne Lins foi “errada e precipitada”, e sugeriu ser “projeto pessoal”.

 

“Acho que o PDT é um partido aliado, o partido que mais defendeu a Dilma, que mais foi contra o impeachment. É aliado nacional, aliado no Estado. Então era mais do que natural que houvesse uma aliança municipal, até pela ótima gestão que tem sido feita”, disse Camilo ao programa Jogo Político, da TV O POVO, apresentado pelo jornalista Fábio Campos.

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