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Estouro da meta de inflação tem as digitais de Lula

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Com alta de 0,52% em dezembro, o IPCA, índice de preços ao consumidor usado como referência para a política de juros do Banco Centralencerrou o ano passado em 4,83%, acima do topo do intervalo de 1,5 ponto percentual ao redor da meta de inflação de 3%.

Desde o advento do regime de metas, em 1999, é a oitava vez que a variação dos preços supera os limites definidos para a política monetária —o que deveria desmentir as teses conspiratórias de que o BC impõe juros desnecessariamente altos ao país.

Embora a inflação de 2024 tenha sido apenas um pouco maior que a do ano anterior (4,62%), a dinâmica recente é mais preocupante —com pressões generalizadas, notadamente no segmento de serviços, que tem característica mais estrutural e de difícil combate, normalmente exigindo aperto para conter a demanda e desaquecer a economia.

Em carta aberta ao ministro da Fazenda divulgada na sexta (10), o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, explicou os motivos do estouro e as medidas para trazer o IPCA de volta à meta.

As razões principais são a inflação importada (o que inclui a desvalorização do real), o aumento das expectativas para os preços, a inércia carregada para o ano advinda das pressões que remanesceram de 2023 e a força da atividade econômica além da capacidade produtiva.

Fica claro, pela análise, o peso da alta da cotação do dólar, de 24,5% na comparação entre as médias de dezembro de 2024 e de 2023, que contribuiu com 1,21 ponto percentual do desvio da inflação, mas atenuado pela queda do petróleo no exterior.

A carta aponta que há fatores domésticos para a desvalorização da moeda nacional, notadamente a piora da percepção do risco fiscal —advinda da irresponsabilidade do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que insiste na expansão contínua e insustentável de gastos públicos.

O impacto para a população em seu dia a dia é evidente, quando se considera que alimentos no domicílio ficaram 8,22% mais caros no ano passado, em parte por causa do aumento de 13,5% nos preços das commodities agrícolas e de 9,7% no da gasolina.

Por certo há efeitos externos que levam à valorização do dólar, mas não foi por acaso que o real foi a moeda que mais se desvalorizou entre os principais países no ano passado, como destacado sem meias palavras pelo BC. Fica desmontada a tese do Planalto de que tudo não teria passado de um ataque especulativo contra o real em dezembro.

Infelizmente, a esta altura não é fácil retomar as rédeas da normalidade monetária. A taxa Selic, do BC, já está em 12,25% anuais e deve subir no mínimo mais 2 pontos percentuais até março, segundo o Comitê de Política Monetária (Copom).

Parece inevitável um impacto danoso na atividade e no emprego, o que seria desnecessário se houvesse maior prudência por parte da administração petista.

 

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