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Governo congela R$ 4,5 bi do PAC e R$ 1,1 bi em emendas. Saúde é o ministério mais afetado

Por  e — Brasília / O GLOBO

 

O governo publicou, no fim da noite desta terça-feira, o decreto do presidente Lula que detalha as áreas afetadas pelo congelamento de R$ 15 bilhões em gastos públicos, confirmado na semana passada. O objetivo é convergir as contas públicas para a meta de déficit zero estabelecida para 2024.

 

O detalhamento foi aguardado hoje o dia todo. Os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento e do Ministério da Saúde são os mais atingidos.

 

No total, o governo reteve as seguintes despesas:

  • R$ 4,5 bilhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
  • R$ 1,095 bilhão em emendas de comissão
  • R$ 153 milhões de emendas de bancada. As emendas individuais foram poupadas.
  • Também foram congelados R$ 9,2 bilhões em despesas discricionárias do Poder Executivo. Somando esses valores, chega-se ao congelamento de R$ 15 bilhões. Essa contenção de gastos é a maior já feita neste terceiro mandato do presidente Lula.

O PAC é uma das principais vitrines do governo Lula. O programa é comandado pelo chefe da Cassa Civil, Rui Costa, com quem o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, acumula divergências no governo.

 

Saúde

Dentro do universo de R$ 15 bilhões, há a divisão considerando emendas parlamentares e o PAC e também a divisão entre os ministros. Considerando os ministérios, o da Saúde foi o mais afetado, com R$ 4,4 bilhões. A lista segue com o Ministério das Cidades (R$ 2,1 bilhões), dos Transportes (R$ 1,5 bilhão) e da Educação (R$ 1,2 bilhão). Os demais órgãos tiveram bloqueios abaixo de R$ 1 bilhão.

Bloqueio e contigenciamento

No total, R$ 15 bilhões foram congelados do Orçamento. Desse universo, foram bloqueados R$ 11,2 bilhões por conta da alta de gastos com os benefícios. Além disso, o governo também contingenciou R$ 3,8 bilhões de modo a cumprir a meta fiscal deste ano diante da frustração com a arrecadação.

 

O governo bloqueia gastos para cumprir o limite de despesas previsto no arcabouço. E faz contingenciamento de despesas para chegar à meta fiscal — que neste ano prevê um déficit zero.

 

As estimativas de gastos fixos com aposentadorias e com o Benefício de Prestação Continuada (BPC) subiram R$ 11,3 bilhões e são o principal motivo por trás do bloqueio de despesas no Orçamento.

 

Detalhamento discutido com Lula

O decreto que detalhou os cortes por áreas foi discutido com integrantes da Junta de Execução Orçamentária (JEO) e o presidente Lula, no fim da tarde desta terça-feira.

 

A JEO é composta pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, pela ministra do Planejamento, Simone Tebet, da Gestão, Esther Dweck e pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa. Com os titulares da pastas em férias e em viagem, caso de Costa, substitutos participaram das discussões finais do decreto.

 

Segundo integrantes do governo, o tamanho do congelamento orçamentário de R$ 15 bilhões foi um dos pontos que dificultaram os ajustes finais do decreto, prometido para essa terça-feira em edição extra do Diário Oficial da União.

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