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Dengue ultrapassa mil mortes no país em três meses, 163% a mais que início do ano passado

Por  — Brasília/ O GLOBO

 

O Brasil ultrapassou mil mortes por dengue somente neste ano, segundo dados do Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde atualizados nesta quarta-feira. São 1.020 óbitos pela doença entre janeiro e abril, além de 1.531 em investigação.

 

Em treze semanas, o registro já é o terceiro pior em 24 anos — desde o início da série histórica, em 2000. O recorde anual de mortes pela doença é de 2023, 1.094, seguido de 2022, 1.053. Também é 163% maior que o número de óbitos do mesmo período do ano passado, 388.

 

No mesmo período, o Ministério da Saúde contabilizou 2.671.332 infecções, número 353% superior que o contabilizado no mesmo período do ano passado (589.294) e já ultrapassa por inteiro até mesmo o pior ano da série histórica mantida pela pasta: 2015, quando foi 1,68 milhão de diagnósticos.

 

O cenário já levou 11 unidades federativas (AC, AM, DF, GO, MG, ES, PR, RJ, RS, SC e SP) a declarar estado de emergência em saúde, além de capitais. A medida vale por seis meses, mas pode ser prorrogada.

 

O Ministério da Saúde, contudo, fala em declínio da epidemia em quase todo o país. Na terça-feira, 6, a pasta afirmou que o pico de transmissão da doença já foi superado e as infecções estão em "tendência de queda consolidada" em sete estados e no Distrito Federal. Os sete estados são Acre, Amazonas, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Piauí e Roraima.

 

Em paralelo, 12 estados apresentam "tendência de estabilidade". Amapá, Ceará, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Rondônia, Rio Grande do Sul e Tocantins.

 

Outros sete estados, sua maioria na região Nordeste, têm tendência de aumento de casos e óbitos por dengue. São eles: Alagoas, Bahia, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe.

 

— Estamos analisando esse crescimento no Nordeste e observando que a situação não cresce na mesma velocidade como em outros estados. Isso representa menor número de casos global — disse a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel. Segundo ela, agora, "a epidemia é um pouco diferente".

 

Devido à baixa procura da vacina para a doença, destinada a crianças de jovens entre 10 e 14 anos, o governo decidiu redistribuir as doses que estavam paradas para outros 154 municípios. Ao todo, o ministério distribuiu 668 mil doses com vencimento em 30 de abril; 523 mil com vencimento em 30 de junho; e 84 mil em 31 de julho.

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