Seminário no Museu do Amanhã discute recursos hídricos no Brasil
RIO - A crise de abastecimento de água de dois anos atrás expôs a importância de se atentar para a gestão dos recursos hídricos no país. Como evitar que isso aconteça de novo? O que foi feito desde então para garantir a água nas torneiras da população? Como estão nossas bacias hidrográficas? Para discutir esses e outros aspectos, o Museu do Amanhã recebe, nesta sexta-feira, alguns dos maiores especialistas do Brasil.
A iniciativa é uma parceria do museu com o projeto #Colabora. A programação vai abordar desde a crônica falta de saneamento básico, passando pelos diversos exemplos de desperdício e chegando até aos projetos de despoluição da Baía de Guanabara. Na palestra de abertura, o professor Carlos Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), falará sobre os impactos do aquecimento global na crise hídrica brasileira.
— Estamos juntando algumas das melhores cabeças do Brasil para discutir o assunto. Esperamos terminar o dia com um grande painel sobre o tema e com alguns caminhos que poderiam ou deveriam ser adotados pela sociedade para evitar novas crises. O problema é de todos e a solução depende de todo mundo — alerta Agostinho Vieira, um dos criadores do #Colabora.
A crise que atingiu o Brasil em 2014 mudou a rotina de milhões de pessoas e colocou o termo “volume morto” nas conversas de moradores do Rio e de São Paulo. Dois anos depois, pouco parece ter sido feito para reverter esta situação.
O evento “Crise hídrica no Brasil – ontem, hoje e amanhã” reunirá ainda a ex-ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o diretor-presidente da Sabesp, Jerson Kelman, o diretor-presidente da Cedae, Jorge Briard, Antônio Félix, da Agência Nacional de Água (ANA) e o professor Carlos Nobre, ex-secretário do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), ex-presidente da Capes e um dos mais renomados cientistas brasileiros.
— A disponibilidade e a qualidade das águas para abastecer uma população urbana crescente é um dos principais desafios globais para os próximos anos — reforça o gerente de Conteúdo do Museu, Leonardo Menezes.
Para ilustrar o que será discutido no seminário, a exposição “Da abundância à escassez”, com supervisão de Custodio Coimbra, consultoria de Jayme Zettel e concepção cênica de Joana Coimbra reúne trabalhos de 12 fotógrafos sobre a contraditória realidade vivida em diferentes regiões do país. O GLOBO