Desmatamento recorde na Amazônia é 'ação criminosa' contra governo Lula, diz Marina Silva após reunião com enviado dos EUA
Por Eliane Oliveira — Brasília / O GLOBO
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou nesta segunda-feira que a expansão do desmatamento na Amazônia em fevereiro é uma revanche contra medidas adotadas pelo governo para combater atividades ilícitas na região. Ela afirmou que foi identificada “uma ação criminosa” e anunciou que um plano de combate à devastação na Floresta Amazônica atualizado será relançado no próximo mês de abril.
—É uma revanche às ações que já estão sendo tomadas na ponta e vamos continuar trabalhando. Não somos como governos anteriores. Os dados são transparentes, e as pessoas têm acesso a eles em tempo real, exatamente para que possamos atuar de acordo com a gravidade do problema. Neste momento, estamos identificando que tem uma ação criminosa mesmo no período chuvoso — disse a ministra, após participar de uma reunião, no Itamaraty, com o enviado especial para o Clima dos Estados Unidos, John Kerry.
Marina Silva não disse quem estaria à frente dessa ação criminosa e evitou entrar em detalhes sobre as medidas que estão sendo tomadas pelo governo Lula. Afirmou ter encontrado uma situação de “terra arrasada" ao assumir, há menos de dois meses, a pasta do Meio Ambiente e ressaltou que há uma atuação em várias frentes para acabar com o desmatamento ilegal.
Dados do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que, antes mesmo de o mês terminar, há indícios de que o nível de desmatamento baterá um novo recorde. De acordo com a instituição, até 17 de fevereiro, 209 quilômetros quadrados foram desmatados, a maior marca da série histórica, iniciada em 2015.
— As coisas não são mágicas. Temos a clareza da complexidade do problema e estamos trabalhando para que o desmatamento venha a cair estruturalmente. Construiremos um plano, mas mesmo assim estamos agindo emergencialmente em várias frentes contra o desmatamento e outras criminalidades que acontecem no Brasil inteiro — disse a ministra.