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Brasil tem deflação de -0,37% na prévia de setembro e acumulado vai a 7,96%

Carolina Riveira

 / EXAME

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), prévia da inflação mensal, ficou em -0,37% em setembro. Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 27, pelo IBGE.

O acumulado em 12 meses foi a 7,96%, em queda ante os 9,60% no IPCA-15 de agosto. Nos nove meses do ano até setembro, a variação acumulada é de 4,63%.

O resultado representa uma deflação, quando há variação negativa no índice.

A variação em setembro ficou abaixo do consenso do mercado, que esperava IPCA-15 de -0,2% no mês e inflação anual em 8,14%.

No boletim Focus desta semana, que reúne projeções dos principais bancos e casas de análise compilados pelo Banco Central, a estimativa foi de IPCA em 5,88% no acumulado até o fim do ano. Foi a primeira vez que economistas projetaram inflação abaixo dos 6% desde março, logo após o início da guerra na Ucrânia.

O IPCA-15 diz respeito ao período entre a última quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual, e é considerado uma prévia do IPCA final, que abrange o mês completo e é divulgado no mês seguinte.

Combustíveis seguem puxando deflação

A queda da inflação no período foi novamente puxada pela redução no preço dos combustíveis, em meio à cotação menor do barril de petróleo no cenário internacional, que tem feito a Petrobras reduzir preços internos para combustíveis nos últimos dois meses. Desde julho, foram quatro reduções na gasolina e três no diesel nas refinarias da Petrobras.

O grupo "Transportes", que inclui os combustíveis, teve queda de 2,35% no IPCA-15 de setembro, tendo o maior impacto negativo no índice (-0,49 p.p.), segundo o IBGE.

  • O etanol teve queda de 10,10% no período;
  • A gasolina caiu 9,78%;
  • O óleo diesel caiu 5,40%.

No mesmo grupo, as passagens aéreas voltaram a subir (8,20%), após terem queda de 12,22% em agosto.

Dos nove grupos pesquisados pelo IPCA, três tiveram queda no mês e puxaram a baixa do índice. Além de Transportes, registraram queda "Comunicação" (-2,74%) e "Alimentação e bebidas" (-0,47%).

Os alimentos caíram de preço no geral após meses de alta. O grupo foi puxado para baixo pela alimentação em domicílio (-0,86%), com destaque para a queda do leite, que vinha sendo o vilão das altas nos últimos meses e caiu 12,01% entre meados de agosto e meados de setembro. Apesar da queda, o preço do leite acumula alta de mais de 58% neste ano.

Na outra ponta, seis grupos no IPCA-15 tiveram alta. As maiores vieram de "Vestuário" (1,66%) e "Saúde e cuidados pessoais" (0,94%).

 

 

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