IPCA-15, prévia da inflação, tem deflação de 0,73% em agosto, menor resultado da série histórica
Por Daniela Amorim / o estadão
RIO - O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15), prévia do principal indicador de preços do País, divulgado nesta quarta-feira, 24, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) teve deflação de 0,73% em agosto, ante alta de 0,13% de julho. Esta é a maior deflação já registrada pelo IPCA-15.
O resultado de agosto foi a menor taxa da série histórica, iniciada em novembro de 1991. O índice registra alta de 9,6% no acumulado dos últimos 12 meses e 5,2% neste ano. É a primeira vez, desde agosto do ano passado, que o IPCA-15 acumulado de 12 meses fica abaixo de 10%. Em agosto de 2021, a taxa foi de 0,89%.
Queda no transportes
O grupo Transportes passou de uma queda de 1,08% em julho para um recuo de 5,24% em agosto e foi responsável por -1,15 ponto porcentual da taxa de -0,73% registrada pelo IPCA-15 neste mês.
A deflação no grupo foi puxada pela queda de 15,33% no preço dos combustíveis. A gasolina caiu 16,80%, maior contribuição negativa para o IPCA-15 do mês, -1,07 ponto porcentual.
Houve quedas também no etanol (-10,78%), gás veicular (-5,40%) e óleo diesel (-0,56%). As passagens aéreas recuaram 12,22% em agosto, após quatro meses consecutivos de altas. Na direção oposta, houve aumento de preços nos veículos próprios (0,83%): motocicleta (0,61%), automóvel novo (0,30%) e automóvel usado (0,17%).
Alta em Alimentação e Bebidas
Os gastos das famílias com alimentação e bebidas passaram de uma elevação de 1,16% em julho para uma alta de 1,12% em agosto.
O grupo Alimentação e bebidas deu uma contribuição de 0,24 ponto porcentual para a taxa de -0,73% do IPCA-15 deste mês.
A alimentação no domicílio subiu 1,24% em agosto. A alta foi puxada por um novo encarecimento do leite longa vida, que subiu 14,21% em agosto, item de maior pressão individual no IPCA-15 do mês, 0,14 ponto porcentual. O leite longa vida já acumula uma alta de 79,79% no ano. As famílias também pagaram mais em agosto pelas frutas (2,99%), queijo (4,18%) e frango em pedaços (3,08%).
A alimentação fora do domicílio subiu 0,80% em agosto. A refeição fora de casa ficou 0,72% mais cara, enquanto o lanche subiu 0,97%.