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Brasil registra criação de 277,9 mil vagas com carteira assinada em junho, e 1,3 milhão no ano

Thiago Resende / FOLHA DE SP
BRASÍLIA

Em junho, foi registrada a abertura de 277,9 mil vagas de emprego com carteira assinada no Brasil, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (28) pelo Ministério do Trabalho e Previdência.

O saldo foi resultado de 1,898 milhão de contratações e 1,621 milhão de desligamentos no mês, de acordo com o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

A abertura de vagas formais no mês mostra uma tendência de aquecimento do mercado de trabalho no ano.

O ministro do Trabalho e Previdência, José Carlos Oliveira, reforçou a previsão de 1,5 milhão de novas vagas no ano.

No acumulado de janeiro a junho, o saldo no mercado de trabalho formal brasileiro é positivo, com 1,334 milhão de novas vagas.

Segundo Oliveira, o segundo semestre é geralmente marcado pelo aumento na criação de emprego formal, principalmente por causa dos setores de comércio e serviços.

"Podemos ficar otimistas e chegaremos a um número bastante significativo ao final de 2022", disse o ministro, ao anunciar os dados.

Em janeiro foram criados 155,5 mil novos contratos e, em fevereiro, 336,6 mil. A partir de março, o resultado foi menor. Foram 91,2 mil novos postos de trabalho em março, seguidos de 199 mil em abril, e 274,6 mil em maio.

Junho, que teve abertura de 277,9 mil vagas, seguiu a tendência de reaquecimento no mercado formal. O resultado é o segundo melhor do ano.

Neste ano, o Caged sofre a influência do fim gradual dos efeitos do programa emergencial de manutenção de emprego. Criada na pandemia, a medida foi considerada fundamental por especialistas para sustentar o mercado de trabalho durante o auge da crise da Covid-19.

Agora, o ministério avalia que o término do programa e o fim da proteção dos vínculos empregatícios fazem os dados dependerem mais do desempenho da atividade econômica.

Ex-ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, afirmou no início do ano que a projeção da pasta é de criação de 1,5 milhão a 2 milhões de vagas formais em 2022 —o que foi visto por muitos analistas como pouco provável.

Oliveira, agora, fala em um resultado próximo de 1,5 milhão.

De janeiro a junho do ano passado, haviam sido abertos 1,478 milhão de empregos com carteira assinada.

Segundo o ministério, a comparação entre os dois períodos é difícil, pois é entre dois momentos atípicos. No ano passado o país se recuperava do tombo na economia por causa dos efeitos da chegada da pandemia em 2020.

Mesmo assim, o governo destaca que a abertura de 277,9 mil vagas em junho está bem próxima do resultado do mesmo mês do ano passado (310 mil).

O saldo de junho (criação de 277,9 mil vagas) reflete o desempenho positivo em todos os cinco grandes setores da economia brasileira. O resultado foi puxado pelo setor de serviços, que abriu 124,5 mil vagas no mês.

Em seguida estão comércio (47,1 mil), indústria ( 41,5 mil novos postos), agropecuária (34,4 mil vagas abertas) e, por último, construção (30,2 mil).

O salário médio de admissão no país continua abaixo de um ano antes. Em junho, o indicador ficou em R$ 1.922,77—abaixo do patamar de R$ 2.026,10 registrado no mesmo mês de um ano atrás, com correção da inflação.

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