'Por que não ocupam escolas federais?', diz Alckmin em Ribeirão
'Por que não ocupam escolas federais?', diz Alckmin em Ribeirão
Pedro França - 8.jul.2015/Divulgação/Agência Senado | ||
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) durante audiência no Senado |
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) voltou a chamar as ocupações de escolas técnicas estaduais feitas por estudantes secundaristas de "políticas" e questionou, nesta sexta-feira (6) o fato de o mesmo não ocorrer nas unidades federais. "Os institutos federais não têm merenda e ninguém invade. As nossas, todas têm merenda, e houve invasão. [O movimento] É nitidamente político", disse ele, em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), onde esteve para a inauguração de um hospital da Unimed.
Mais cedo, ele já havia dito o mesmo em São Roque, onde participou da inauguração do contorno viário da Rodovia Raposo Tavares. "Todas elas [técnicas do Estado] têm merenda escolar, todas [as 219]. E é estranho porque nas escolas federais não tem, o aluno tem que pagar, e não houve nenhuma invasão. Então, é um movimento político que ocupa aqui para o PT não desocupar lá em Brasília. Nitidamente um movimento político."
"Quando foi projetado lá atrás não era para ter merenda, porque é um ensino técnico. O ensino técnico ou ele é junto com o médio ou pós-médio. Você termina o médio e vai fazer o técnico. Então nenhuma escola nunca teve merenda, mas nós introduzimos. E hoje temos merenda em todas as escolas técnicas", disse.
Ainda sobre o caráter que o tucano chama de "político", o governador disse não ser "possível uma minoria impedir 300 mil alunos de estudar".
CONSULTA
Após o imbróglio envolvendo a ocupação do Centro Paula Souza e as críticas feitas à merenda oferecida aos estudantes, o governador anunciou a abertura de uma consulta aos alunos para definir se querem continuar recebendo dois lanches diariamente ou se preferem a troca por uma refeição completa.
Diretores de Etecs já estão sendo informados da consulta, que deve ser aberta nos próximos dias, conforme o Estado. Há 20 mil alunos em 65 escolas técnicas que hoje recebem dois lanches, ainda segundo o governo.
"Nós vamos fazer uma consulta: você prefere um almoço em vez de dois lanches? Nós vamos comprar a marmita e vamos oferecer para eles. Nós vamos fazer uma pesquisa junto a esses alunos do integrado. Quem quiser, a gente substitui os dois lanches por uma refeição completa", disse o tucano.
Ele afirmou calcular que não chegará a um quarto dos alunos que optarão pela troca. "Mas quem optar nós vamos fazer a licitação e no segundo semestre começaremos a oferecer. Nós não temos cozinha nas escolas, mas a gente compra a refeição pronta e entrega."
REINTEGRAÇÃO
A Polícia Militar cumpriu na manhã desta sexta-feira (6) a reintegração de posse e retirou os alunos que ocupavam o Centro Paula Souza, na região central de São Paulo. A execução do mandado teve início por volta das 6h40.
O prédio da entidade responsável pelas Etecs estava ocupado desde o último dia 28 por estudantes que reivindicam o fornecimento de merenda. O Centro Paula Souza afirma que todas as Etecs passaram a contar com alimentação –antes, 10% delas não tinham.
Reportagem publicada pela Folha mostrou que, oferecida pelo governo Alckmin a alunos de um terço das escolas técnicas, a dieta da chamada merenda seca não é saudável, segundo especialistas. Das 219 escolas técnicas do Estado, 75 fornecem essa merenda –15 delas não ofereciam nem esse tipo de alimentação até a semana passada.
O kit contém bebida láctea, combinada com um pacote com cinco bolachas, bolinho ou barra de cereal –uma dieta de cerca de 300 calorias. Nos casos em que os estudantes recebem alguma fruta, o que dizem ser muito raro, soma-se 50 calorias ao total.
METRÔ
Questionado nesta sexta em Ribeirão sobre calote de R$ 333 milhões no Metrô, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que o Estado não tem dívidas com a estatal.
"Não houve nenhum prejuízo. Zero, zero, zero, zero. O Estado não tem nenhuma dívida com o Metrô. O governo do Estado investiu só no meu mandato, de 2011 até aqui, R$ 13 bilhões no Metrô de São Paulo. Nós vamos investir neste ano mais R$ 3 bilhões. Não há dívida nenhuma, nenhuma, absolutamente nada." FOLHA DE SP