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Queiroga critica Doria por possibilidade de adotar a quarta dose de vacina contra a Covid-19 em São Paulo

Melissa Duarte / O GLOBO

 

BRASÍLIA — O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), interfere ao levantar a possibilidade de aplicar uma quarta dose de vacina contra a Covid-19 no estado de São Paulo. A declaração foi dada na Câmara dos Deputados em conversa com jornalistas nesta quarta-feira.

 

O ministério ainda não bateu o martelo sobre o tema, discutido pela área técnica. A atual decisão da pasta é de aplicar a quarta dose apenas em pessoas imunodeprimidas, isto é, com câncer, HIV ou aids ou que tenham passado por transplante.

— O governador de São Paulo e outros chefes do Executivo, seja de estado ou de município, muitas vezes, interferem no processo decisório a respeito da imunização. Às vezes, são interferências oportunas, mas essas questões devem ser discutidas no âmbito do Ministério da Saúde, que é quem lidera esse processo, até porque é quem tem a obrigação de garantir aos brasileiros esse direito — afirmou o ministro. — Se cada um quiser seguir de uma forma, o que vai acontecer?

Queiroga disse que o debate cabe à Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19 (Ctai), que reúne especialistas em imunização no Brasil, e à Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 (Secovid), capitaneada por Rosana Leite de Melo. Os grupos planejam estender esse reforço a idosos e a profissionais de saúde, mais vulneráveis ao coronavírus.

Numa decisão inédita, Botucatu (SP) começou a administrar a quarta dose em idosos a partir de 70 anos no último domingo. Para o ministro, no entanto, a prioridade é concentrar esforços na dose de reforço:

— Quer saber qual é a prioridade? Avançar na dose de reforço. Se avançarmos na terceira dose, nós vamos ter mais preparo para enfrentar a variante Ômicron e outras que possam surgir.

Perguntado se teme que a decisão do tucano influencia outros governadores a adotar a quarta dose, respondeu:

— Eu não temo nada. Estou preparado para fazer política pública e a gente tem que passar para a sociedade uma mensagem de equilíbrio, de tranquilidade para avançarmos juntos, seguindo orientação central baseado em evidências científicas.

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