Reajuste a policiais, que tem apoio de Bolsonaro, vai custar quase R$ 3 bi em 2022
14 de dezembro de 2021 | 15h21
BRASÍLIA - O ministro da Justiça, Anderson Torres, propôs ao governo federal um reajuste a policiais com custo de R$ 2,8 bilhões para os cofres públicos apenas em 2022, ano em que o presidente Jair Bolsonaro pretende buscar a reeleição. Até 2024, o custo total será de R$ 11 bilhões.
Em ofício apresentado ao ministro da Economia, Paulo Guedes, Torres pede adequação na Lei Orçamentária do próximo ano como forma de garantir tais recursos para um plano de reestruturação das carreiras da Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal, Penal e do Departamento Penitenciário Nacional. Mais cedo, a jornalistas, Torres já havia antecipado que seria preciso uma modificação na lei para posteriormente garantir o reajuste via medida provisória (MP).
Os detalhes do aumento de salário aos policiais serão definidos na tarde desta terça-feira, 14, em reunião no Palácio do Planalto entre policiais e a equipe econômica, como anunciou Bolsonaro em cerimônia oficial.
O chefe do Executivo convidou publicamente três autoridades policiais a participar do compromisso, que não constava de sua agenda oficial: o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Paulo Maiurino; o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques; e a presidente da Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, Tania Prado.
A ideia é realizar uma grande reestruturação das carreiras policiais para atender a uma demanda das categorias, importante base de apoio para Bolsonaro na corrida eleitoral.
Os recursos para garantir o reajuste poderão ser obtidos por meio do espaço fiscal aberto pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios. Ao postergar o pagamento de dívidas da União e mexer no cálculo do teto de gastos, a medida - chamada de calote pela oposição - dá ao governo dinheiro para não só viabilizar o pagamento de R$ 400 do Auxílio Brasil em ano eleitoral, mas para viabilizar o reajuste a policiais, considerado uma prioridade para Bolsonaro.