Para o sociólogo José de Souza Martins, o PT adotou uma "fatal e antipatriótica" política que dividiu o Brasil em dois grandes países antagônicos: os ricos e os pobres. E mais do que isso: convenceu os eleitores de que o povo brasileiro é separado em duas populações.

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Livro apresenta uma análise para aqueles que querem entender o que realmente acontece na política brasileira

"De um lado, a dos ricos e poderosos que há 500 anos oprimem e exploram o povo, massa de privilegiados que abrange todos aqueles que não são petistas; de outro lado, a massa dos pobres e oprimidos, supostamente há cinco séculos explorados e dominados, que são os que presumivelmente se identificam com o PT e nele votam", explica o autor no livro "Do PT das Lutas Sociais ao PT do Poder".

Contudo, ele afirma que a concepção é estereotipada e que não levou em consideração a história brasileira. Para ele, a situação pode ser definida como uma espécie de didatismo enganador que bloqueou a consciência crítica dos petistas.

Essa consciência, ele ressalta, teria permitido que os membros do partido se enxergassem como sujeitos de contradições e expressões da tensão dialética que dá rumo ao processo histórico. Mas não foi o que aconteceu. Em vez disso, a riqueza atualmente se concentra nas mãos de poucos e a pobreza continua distribuída para boa parte da população do Brasil.

"Muitos dos ricos mais ricos estão ligados ao PT, como mostraram as apurações do mensalão e do escândalo da Petrobras. O que o PT nunca compreendeu é que os ricos, na tradição brasileira, estão em todas as partes, em todas as formas de expressão da vontade pública", opina José de Souza Martins. "Os pobres não estão em lugar nenhum, confinados nos currais de manipulação de sua vontade política".

O resultado é um país com ricos de esquerda com pobres de direita. Para o sociólogo, isso sugere uma usurpação política do pensamento e do querer populares.

"Uma peculiar contradição que se explica historicamente por nossas raízes sociais e culturais nas escravidões que tivemos, a indígena e na negra, formas distintas de exploração do trabalho dos dominados, mas também formas de usurpação cultural e de usurpação de sua vontade. O PT não escapou dessas determinações profundas e persistentes", opina.

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Em "Do PT das Lutas Sociais ao PT do Poder", o autor questiona se o PT que lutava nas ruas e nas portas de fábrica, pregando ética e justiça social, é o mesmo partido que está no poder há mais de uma década. Além disso, apresenta uma análise para aqueles que querem entender o que realmente acontece na política brasileira.

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O PT DAS LUTAS SOCIAIS AO PT DO PODER
AUTOR José de Souza Martins
EDITORA Contexto
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* Atenção: Preço válido por tempo limitado ou enquanto durarem os estoques. FOLHA DE SP