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Tela com Tiradentes volta a ser moldura de calvário do governo Dilma

Tela com Tiradentes volta a ser moldura de calvário do governo Dilma

  Renato Costa - 17.mar.2016/Folhapress  
Os deputados Rosso (PSD-DF) e Jovair (PTB-GO) diante do quadro 'Tiradentes ante o Carrasco
Os deputados Rosso (PSD-DF) e Jovair (PTB-GO) diante do quadro 'Tiradentes ante o Carrasco'

De autoria de Rafael Falco (1885-1967), a tela "Tiradentes ante o Carrasco", querida por fotógrafos que buscam simbolismos em sessões na Câmara dos Deputados, voltou a ser moldura nas reuniões da comissão de impeachment. O quadro é de 1951, mas passou a fazer parte da história em 1959, quando a Casa o recebeu como doação –o Rio ainda era a capital do país. A tela foi exposta inicialmente na Comissão de Constituição e Justiça da então sede do Legislativo brasileiro, o Palácio Tiradentes (que hoje abriga a Assembleia Legislativa do Rio).

Pintor e professor nascido na Argélia, Falco veio ainda criança ao Brasil. Viveu em Taubaté e São Carlos, interior de SP.

A cena de "Tiradentes ante o Carrasco" retrata a manhã de 21 de abril de 1792, quando Joaquim José da Silva Xavier, mártir da Inconfidência Mineira, preparava-se para receber a veste branca que condenados à morte usavam durante as execuções.

Por coincidência, o episódio pintado em óleo sobre tela ocorreu na Cadeia Velha, no Rio, sobre a qual foi construído o Palácio Tiradentes, sede do Parlamento nacional quando a tela foi doada.

A imagem do quadro extrapolou o Poder Legislativo em 1963, quando caiu nas mãos do povo: a inflação da época obrigou o governo a lançar cédulas de 5.000 cruzeiros e a cena pintada por Rafael Falco enfeitou o verso das notas.

Em circulação, a cédula "viu" o golpe de 1964 e os governos Castelo Branco, Costa e Silva, Médici e Geisel, até ser extinta, em 1974.

Antes de ser pano de fundo da atual comissão do impeachment, a obra de Falco já ilustrou outro mau momento do governo Dilma.

Foi com ela ao fundo que o então ministro Orlando Silva, do Esporte, teve que se explicar sobre suspeitas de irregularidades na pasta, em 2011. Ele acabou por deixar o cargo. Na época, Dilma era conhecida por promover uma "faxina ética" na Esplanada.

Alan Marques-18.out.11/Folhapress
O então ministro do Esporte, Orlando Silva, prestando esclarecimentos na Câmara dos Deputados em 2011
O então ministro Orlando Silva prestando esclarecimentos na Câmara dos Deputados em 2011

 

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