82% dos entrevistados desaprovam a maneira de governar de Dilma
A porcentagem da população que considera o governo da presidente Dilma Rousseff ruim ou péssimo oscilou de 70% para 69% de dezembro para março, de acordo com pesquisa realizada pelo Ibope sob encomenda da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A parcela dos entrevistados que avalia a atual gestão como ótima ou boa também oscilou, de 9% para 10%. Já os que consideram o governo regular oscilaram de 20% para 19%. Todas as variações ocorreram dentro da margem de erro máxima de dois pontos porcentuais.
De acordo com a pesquisa, 82% dos entrevistados desaprovam a maneira de governar de Dilma em março, mesmo patamar desde setembro de 2015. A proporção dos que aprovam também se manteve em 14%. Não souberam ou não responderam 3%.
A CNI e o Ibope também perguntaram sobre a confiança em relação à presidente Dilma Rousseff. A parcela dos que não confiam nela oscilou de 78% em dezembro para 80% em março - o pior nível desde o governo José Sarney, quando em junho de 1989 a parcela que não confiava em Sarney era de 80%. O porcentual daqueles que confiam na pessoa da presidente permaneceu em 18%.
Políticas públicas. A pesquisa mostra um recuo na desaprovação da política do governo no combate ao desemprego. Em dezembro, 87% desaprovavam o governo nessa área, hoje são 86%. Também caiu a desaprovação das políticas do governo no combate à fome e à pobreza (de 71% para 69%), na educação (de 76% para 74%), na segurança pública (de 85% para 84%) e no meio ambiente (de 74% para 68%).
A pesquisa mostra ainda que a parcela dos entrevistados que percebe o noticiário mais desfavorável ao governo subiu de 75% para 76%, enquanto aqueles que vêm o noticiário mais favorável subiram de 9% para 10%. O porcentual dos que enxergam o noticiário nem favorável nem desfavorável ao governo caiu de 11% para 9%.
As notícias sobre o governo mais lembradas pela população são Presidente Dilma convida o ex-presidente Lula para assumir ministério(31%); notícias sobre manifestações a favor da do impeachment (17%) e notícias sobre Operação Lava-Jato (13%).
A pesquisa foi realizada entre os dias 17 e 20 deste mês, tendo sido iniciada quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi anunciado como ministro da Casa Civil e teve início uma série de manifestações na porta do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional. Foram ouvidas 2.002 pessoas em 142 municípios. O grau de confiança da pesquisa é de 95%.
Análise. O gerente de Pesquisas da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Renato da Fonseca, avaliou que a combinação de crise política e econômica tem gerado insatisfação e mantido a popularidade da presidente Dilma Rousseff em nível baixos. Segundo pesquisa feita pelo Ibope a pedido da entidade, oito em cada dez brasileiros avaliam que o segundo mandato está sendo pior que o primeiro e desde setembro de 2015, 82% desaprovam a maneira da presidente de governar.
Fonseca observou ainda que os dados indicam que ainda há um grupo de apoia a presidente e que avaliou que os conflitos entre as duas partes pode estar alimentando alguma recuperação nos índices de avaliação da presidente. “Obviamente tem um grupo que apoia o governo e a presidente tem se segurado nesse grupo nesse momento. É difícil saber o que vai acontecer para frente”, disse.
“A presidente está com uma popularidade muito baixa. É o mais baixo desde o governo Sarney. A soma de crise política com econômica gera essa insatisfação e explica popularidade tão baixa”, observou Fonseca. Ele ponderou, no entanto, que houve uma ligeira melhora. No quesito avaliação do governo como ruim/péssimo, passou de 70% para 69%. A maioria dos indicadores que apresentaram alguma recuperação, no entanto, ficaram dentro da margem de erro da pesquisa, que é de dois pontos porcentuais. O ESTADO DE SP