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Ministro se diz indignado com desvios no Teatro Municipal

TheatroMunicipal FelipeRau Estadao511

O ministro da Cultura, Juca Ferreira, divulgou nota afirmando que ele e toda classe artística ficaram “estupefatos e indignados” com a confirmação da existência de uma esquema de desvio de verbas públicas dentro da Fundação Theatro Municipal, em São Paulo. O Estado revelou nesta quinta-feira, 17, que o ex-diretor-geral José Luiz Herencia, acusado de participar do esquema de corrupção, confessou os crimes e fez acordo de delação com o Ministério Público.

“São pessoas que traíram um importante projeto de valorização da música sinfônica, construído dentro de uma gestão cultural vitoriosa", disse o ministro. Ferreira era secretário municipal da Cultura da gestão Fernando Haddad (PT) quando Herencia foi nomeado para o cargo. Em depoimento, Herencia afirmou que o ex-diretor artístico do Municipal maestro John Neschling e o ex-diretor do Instituto Brasileiro de Gestão Cultural (IBGC) William Nacked participavam do esquema.

Neschling, por meio do seu advogado Eduardo Carnelós, nega as acusações com veemência e diz que foi ele, Neschling, quem denunciou as irregularidades ao prefeito. Nacked não foi localizado para comentar. Herencia disse também que o secretário de Comunicação, Nunzio Briguglio Filho, se empenhou pessoalmente para que fosse firmado um contrato milionário para apresentação de um grupo teatral da Espanha. Briguglio disse que não houve nenhuma irregularidade e o projeto foi cancelado. O valor previsto era de € 1 milhão.

O grupo espanhol se apresentaria no Teatro Municipal, junto com a Orquestra Sinfônica de São Paulo, para tocar composições de Villa-Lobos. O contrato milionário citado por Herencia fazia parte do Projeto Alma Brasileira, uma parceria do Ministério da Cultura com a Fundação Theatro Municipal.

O ministro informou que na tramitação do convênio do programa, “os realizadores se negaram a detalhar gastos no valor de R$ 3.299.980 que estavam alocados para pagamento da empresa Old and New Montecarlo”. “Nós, do MinC, nos recusamos a firmar o convênio”, disse. Em novembro, pouco antes das investigações serem reveladas, Herencia foi exonerado. O ESTADO DE SP

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