Busque abaixo o que você precisa!

Bolsonaro: 'Alguns governadores estão tomando decisões que não são de suas competências'

Marlla Sabino, O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro  afirmou nesta quinta-feira, 20, ser contrário a algumas medidas aplicadas por governadores para conter a disseminação do novo coronavírus. "Tem certos governadores que estão tomando medidas extremas que não competem a eles, como fechar aeroportos, rodovias, shoppings e feiras", afirmou Bolsonaro a jornalistas ao deixar o Palácio da Alvorada, pela manhã. 

O presidente disse ter ficado "preocupado" ao saber que o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, decidiu fechar as divisas da capital e suspender o transporte de passageiros, por terra e ar. A medida afeta voo nacionais e internacionais. 

Após a medida, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) divulgou nota dizendo que caberia à União determinar o fechamento. "Aeroportos são bens públicos da União Federal. Visando o interesse público, cabe à União determinar o fechamento de aeroportos e de fronteiras", diz a nota.

Além disso, Witzel também proibiu visitas em praias, rios e portos turísticos da cidade. Medidas semelhantes foram aplicadas pelo governo do Distrito Federal, Ibaneis Rocha. 

Presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta em coletiva na quarta-feira, 18
Presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta em coletiva na quarta-feira, 18 Foto: Dida Sampaio/Estadão

O governo federal também restringiu a entrada de pessoas nas fronteiras terrestres e nos aeroportos do País A partir da próxima segunda-feira, 23, fica proibido, com algumas exceções, o desembarque no País de estrangeiros provenientes dos países da União Europeia e também da China, Islândia, Noruega, Suíça, Reino Unido, Austrália, Japão, Malásia e Coréia.

Bolsonaro defendeu que sejam estabelecidas ações "equilibradas" para conter a doença como forma de minimizar os impactos na economia. O presidente afirmou que, apesar de o novo coronavírus ser letal, muitos podem morrer de fome por não terem condições de comprar alimentos. "A pessoa com a alimentação deficitária é mais propensa a pegar o vírus e complicar a situação sanitária", afirmou. 

Para ele, a situação é mais grave para o trabalhadores informais, sem vínculo empregatício, que ficarão em casa sem conseguir trabalhar por causa da redução de movimentos nas ruas.

"Vai faltar alimento para eles. Da nossa parte, estamos criando um voucher, de R$ 200. É pequeno, mas é o que podemos fazer. Vocês estão levando como se eu estivesse despreocupado, mas não podemos levar para o extremismo", afirmou. 

O auxílio, anunciado na terça-feira, 18, pelo Ministério da Economia, será pago mensalmente, durante três meses, na tentativa de amenizar os impactos da desaceleração da economia com o avanço do novo coronavírus no País. 

O auxílio emergencial deve alcançar até 20 milhões de brasileiros e não poderá ser acumulado com outros benefícios sociais, como Bolsa Família e o BPC, pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda, nem com aposentadoria, pensão ou seguro-desemprego.

Compartilhar Conteúdo

444