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Guedes diz que funcionalismo público é 'parasita' e está matando o 'hospedeiro'

Denise Luna e Fernanda Nunes, O Estado de S.Paulo

07 de fevereiro de 2020 | 15h30
Atualizado 07 de fevereiro de 2020 | 17h15

RIO - O governo brasileiro está quebrado porque gastar 90% da sua receita com o funcionalismo, segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes, que classificou os funcionários públicos de "parasita". Para ele, é urgente a aprovação da reforma administrativa ainda este ano, para que o dinheiro deixe de ser carimbado e chegue aonde realmente faz falta.

"O funcionalismo teve aumento de 50% acima da inflação, tem estabilidade de emprego, tem aposentadoria generosa, tem tudo. O hospedeiro está morrendo. O cara (funcionário público) virou um parasita e o dinheiro não está chegando no povo", disse Guedes na manhã desta sexta-feira, 7, sendo muito aplaudido durante palestra no seminário Pacto Federativo, promovido pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

Segundo ele, os funcionários públicos querem aumento automático enquanto "80% da população brasileira é a favor inclusive de demissão do funcionário publico, estão muito na frente da gente", completou.

Continuando a defesa da reforma administrativa, que ainda encontra resistência no Congresso Nacional, Guedes deu como exemplo os Estados Unidos, que ficam "quatro, cinco anos sem ajustar o salário do funcionalismo" e quando concedem o aumento teriam o reconhecimento público. "Aqui o cara é obrigado a dar e ainda leva xingamento", afirmou.

De acordo com Guedes, a reforma administrativa deve chegar ao Congresso na próxima semana e vai resolver o problema do dinheiro carimbado no Brasil.

Paulo Guedes e Bolsonaro
Paulo Guedes conversa com Jair Bolsonaro em cerimônia pelos 400 dias de governo. Foto: Adriano Machado/Reuters - 5/2/2020

"Assédio institucional"

O presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), Rudinei Marques, disse que o sindicato estuda recorrer à Justiça contra o "assédio institucional". "Empresa nenhuma vai bem se o dirigente agride constantemente seus empregados", afirmou.

"Somos 12 milhões de servidores públicos que servimos à população nas áreas que mais carecem. Não admitidos que alguém que ocupa temporariamente o cargo agrida um conjunto de trabalhadores", disse.

A Fonacate representa 200 mil servidores públicos. Para Marques, as "agressões" do ministro da Economia fazem parte de um "plano orquestrado" para privatizar fatias do serviço público. "Se tem alguém parasitando o Estado brasileiro são operadores de mercado que ganham dinheiro em vez de se preocupar com a população."

Ele disse que os servidores públicos não rejeitam uma reforma administrativa, mas que é preciso "dialogar" sobre as mudanças.  "Infelizmente, o ministro aposta no conflito enquanto o País precisa de unidade para enfrentar a crise pela qual está passando".  

O governo ainda não enviou sua proposta de reforma do RH do Estado. Pelo que já foi divulgado, haverá redução no número de carreiras e também no salário inicial das carreiras, além de mudanças na chamada estabilidade (na prática, impede que os servidores sejam demitidos).

No Twitter, o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Bruno Dantas compartilhou incrédulo a notícia sobre a comparação do ministro Paulo Guedes. "Não pode ser verdade...", escreveu.

Bruno Dantas
@DantasBruno

Não pode ser verdade... https://twitter.com/iditomazelli/status/1225857988117893121 

Idiana Tomazelli@iditomazelli

'PARASITA' - Guedes diz que funcionalismo público é 'parasita' e está matando o 'hospedeiro' @estadao: https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,guedes-diz-que-funcionalismo-publico-e-parasita-e-esta-matando-o-hospedeiro,70003189340?utm_source=estadao:twitter&utm_medium=link 

Veja outros Tweets de Bruno Dantas

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