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Crivella dá calote no BNDES para se preparar para o 'verão carioca' às vésperas de eleição

Adriana Fernandes, O Estado de S.Paulo

15 de outubro de 2019 | 22h09 

BRASÍLIA - O prefeito do Rio de Janeiro, Marcello Crivella, deu calote no pagamento de dívida com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com a justificativa de que vai investir em obras para o "verão carioca" nas véspera de ano eleitoral. O Estado apurou que o total da dívida soma R$ 400 milhões. Devido ao calote da parcela de setembro, de R$ 250 milhões, o banco teve que interromper as negociações da dívida com a prefeitura.

Marcelo Crivella
O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB) Foto: Gabriela Biló/Estadão

Ao Estado, o banco informou que com os seus normativos internos, está solicitando as garantias relacionadas à parcela vencida em setembro. Mas o BNDES não quis informar à reportagem quais são as garantias previstas no contrato e nem respondeu pedido sobre as negociações. 

Apesar de o empréstimo não ter garantia do Tesouro Nacional, o prefeito pediu intervenção do ministro da Economia, Paulo Guedes, para conseguir do banco a renegociação da dívida. Fontes informaram que repercutiu negativamente o anúncio do prefeito de investimentos de R$ 400 milhões em obras que serão concluídos até outubro no que vem.

Segundo a assessoria do BNDES, assim que os pagamentos forem retomados, o Banco está à disposição do município para renegociar os valores. 

Contactada pela reportagem do Estado, a assessoria de imprensa de Crivella pediu mais tempo e que a reportagem não usasse a palavra "calote". Em nota, a prefeitura diz que quer evitar a sobrecarga do seu caixa na virada de ano, “onde haverá necessidade de se preparar a cidade para o próximo verão, com obras em infraestrutura  e conservação”.

A Prefeitura informou que pleiteia junto ao banco  que as parcelas de outubro de 2019 a janeiro de 2020 sejam pagas, com a devida correção, em fevereiro de 2020.  A nota da prefeitura justifica o pedido de alongamento da dívida com o BNDES devido” à crise financeira sem precedentes que atingiu o Estado e também a Cidade do Rio”.

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