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Auditoria aponta falhas na ferrovia Transnordestina

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Auditoria realizada pela Controladoria-Geral da União (CGU) verificou que a obra de construção da ferrovia Transnordestina não conta com um projeto executivo. A informação foi dada pelo diretor de auditoria da área de infraestrutura da CGU, Wagner Rosa Silva, em audiência pública da comissão externa da Câmara dos Deputados que acompanha a construção da ferrovia nesta quarta-feira (2).

Wagner Rosa Silva apontou a fragilidade nos controles internos dos órgãos gestores como outro problema. Segundo ele, os relatórios de acompanhamento das obras possuem poucos detalhes técnicos e sem descrição da metodologia adotada. Outra dificuldade é a falta de técnicos para realizar as vistorias. Segundo o diretor, há casos de engenheiros que percorreram mais de 550 km em dois dias a fim de fiscalizar a construção de um trajeto.

Falta de integração
Em relação à adequação financeira, Wagner Rosa informou que a Agência Nacional do Transporte Terrestre (ANTT) não realizou estudo de previsão de demanda e de receita de transporte, o que impossibilita avaliar se o valor financiado está adequado ao tamanho do empreendimento e à taxa de retorno do projeto.

Na análise do diretor, é preciso integração nos trabalhos da ferrovia Transnordestina. "Que esses órgãos não atuem separado. Em um empreendimento desse tamanho, com vários atores envolvidos, é premente uma integração e uma visão do todo, se a gente ficar vendo partes, fica difícil", pediu.

 
Raimundo Gomes de Matos alerta que falta de conexão entre órgãos leva ao atraso do cronograma

Na avaliação do deputado, Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE), que coordena a comissão, isso favorece o descumprimento de prazos e o déficit no orçamento.

Raimundo Gomes de Matos afirmou que a falta de conexão entre os vários órgãos envolvidos na obra é um dos fatores que mais têm contribuído para o atraso do projeto. O parlamentar informou que já foram realizadas audiências públicas com a participação de diferentes órgãos como a Sudene, BNDES, Banco Nacional do Nordeste e ANTT, mas, até o momento, as informações são sempre desencontradas.

Para Gomes de Matos, isso demonstra falta de planejamento, clareza e compromisso. "Há uma desconexão física e orçamentária, há um descontrole da fiscalização, porque são praticamente seis fontes de recursos, com participação governamental e também da iniciativa privada", reclamou.

O Tribunal de Contas da União também aponta graves irregularidades, como o descumprimento dos cronogramas de obras e dos investimentos previstos nos contratos.

Na próxima semana, a comissão vai realizar audiência pública para ouvir os secretários de infraestrutura dos estados do Piauí, Ceará e Pernambuco.

Reportagem - Lianna Cosme
Edição – Mônica Thaty

 

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