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Ação nacional contra microcefalia é urgente

O aumento do número de casos de microcefalia põe o país diante de um desafio urgente para o qual o SUS — sinônimo de baixa eficiência — não está preparado: dar atendimento adequado às vítimas. A redução do tamanho do cérebro traz transtorno imenso às crianças e suas famílias, e, portanto, exige intervenção severa e constante, a fim de estimulá-las e garantir-lhes o mínimo de qualidade de vida.

Tanto as estimativas do que será preciso quanto iniciativas isoladas já em andamento mostram que o cuidado com os microcéfalos envolve equipes multiprofissionais e outros recursos com que o SUS não conta na escala necessária.

 

No Instituto Estadual do Cérebro (IEC) Paulo Niemeyer, que concentrará o atendimento no Rio, as crianças serão tratadas por pediatras, neuropediatras, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e psicoterapeutas, entre outros. O Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência alerta para a necessidade de estimulação precoce desde a primeira semana de vida, além de profissionais diversos.

 

É um trabalho árduo, que não pode ser levado adiante em ambiente de carência de recursos humanos, de equipamento e de instalações que caracteriza o SUS, porque bebês atingidos pela deficiência precisam de ajuda para as ações mais básicas. Segundo o neurologista Paulo Niemeyer Filho, dependendo do nível de má-formação, elas podem apresentar dificuldade até para a sucção do leite materno, e cerca de 40% dos microcéfalos têm epilepsias.

 

A iniciativa do governo estadual, que planeja criar no IEC um modelo de assistência a pacientes com microcefalia, no entanto, não pode ficar como mais um exemplo de ilha de excelência na saúde pública em meio a um mar de falhas de gestão. Já passou da hora de o governo federal adotar um programa de emergência efetivo no combate ao mal. Há mais de um mês a Organização Mundial de Saúde declarou o surto emergência internacional. E a presidente Dilma disse que faria “absolutamente tudo, para apoiar as crianças”.

 

Até agora, no entanto, o país espera por um plano nacional, que será necessário quando a microcefalia deixar de se concentrar em Pernambuco e se alastrar por outras regiões, conforme preveem cientistas. Mais um caso de tragédia anunciada. O GLOBO




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